Aras diz que inquérito do STJ contra Lava Jato é "preocupante" e promete reagir
Procurador-geral da República, Augusto Aras, diz que inquérito aberto pelo STJ para apurar a conduta de procuradores da Lava Jato é algo “extremamente grave e preocupante". Ele prometeu ir à Justiça, incluindo tribunais internacionais, para barrar a investigação
O procurador-geral da República, Augusto Aras, prometeu reagir ao inquérito aberto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar procuradores da Lava-Jato. De acordo com o jornal O Globo, Aras disse considerar o inquérito como algo “extremamente grave e preocupante", por não atender aos requisitos legais, e prometeu recorrer à Justiça, incluindo tribunais internacionais, para barrar a investigação.
O inquérito que apura a conduta dos integrantes da força-tarefa da Lava-Jato foi aberto pelo presidente do STJ, Humberto Martins. A investigação está baseada nas mensagens obtidas em celulares pelo hacker Walter Delgatti Neto, que interceptou trocas de mensagens de autoridades que mostraram a interferência dos integrantes da operação sobre os ministros da Corte.
“Ontem recebi intimação do eminente presidente do Superior Tribunal de Justiça, dando conta de condutas atribuíveis a distintos membros do Ministério Público Federal: subprocuradores-gerais da República, procuradores regionais da república e procuradores da república estariam ou estarão sendo investigados no âmbito do inquérito aberto, de número inquérito 58 do STJ. Ou seja, este é um assunto extremamente grave, preocupante. Não se trata somente de investigar membros do MPF no que toca à chamada força-tarefa da Lava-Jato. Se trata de um expediente que pode atingir todos os tribunais brasileiros no que toca a todos os membros do Ministério Público brasileiro”, disse Aras durante sessão do Conselho Superior do Ministério Público Federal, realizada nesta sexta-feira (26).
Ainda segundo ele, o inquérito aberto pelo STJ pode abrir a possibilidade de que "cada tribunal de justiça, cada tribunal regional federal, cada tribunal regional do trabalho e eventualmente cada tribunal regional eleitoral, valendo-se por remissão e analogia" investigue membros do Ministério Público, atrapalhando o funcionamento da instituição.
“O procurador-geral da república pretende defender, se for o caso, até na corte internacional a higidez do sistema de Justiça brasileiro no que toca ao sistema penal. Nós envidaremos todos os esforços para preservar o sistema em que o Ministério Público acusa, o juiz julga, a polícia investiga, sem prejuízo das nossas investigações”, disse Aras.
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