Assassino de Marcelo Arruda sai da cadeia e vai para casa
Bolsonarista que assassinou dirigente do PT durante seu aniversário foi beneficiado por decisão judicial
247 - O ex-policial penal Jorge Guaranho, réu por assassinar o guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, foi liberado da penitenciária na sexta-feira (13). Ele estava preso no Complexo Médico Penal de Pinhais desde agosto de 2022 e, na quinta-feira (12), a Justiça autorizou sua prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Guaranho é réu por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e uso de meio que resultou em perigo comum, e aguarda julgamento, previsto para fevereiro de 2025.
Pamela Silva, viúva de Marcelo Arruda, expressou profunda frustração e insegurança após a Justiça do Paraná conceder habeas corpus ao bolsonarista. "Estamos arrasados, sem chão e com muito medo. A sensação de injustiça com a família é imensa", desabafou Pamela ao portal UOL, destacando a surpresa com a decisão judicial.
A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, também reagiu com indignação à decisão. Ela destacou a gravidade do crime e criticou a decisão: "A decisão judicial que concedeu prisão domiciliar ao assassino do companheiro Marcelo Arruda não apaga o crime hediondo que ele cometeu e pelo qual deve ser rapidamente julgado com rigor", afirmou a presidenta, lembrando que o crime ocorreu durante uma festa de aniversário, na presença de amigos e familiares da vítima. "Para quem não se lembra, Marcelo, dirigente petista em Foz do Iguaçu, foi assassinado por um bolsonarista diante da família e de amigos que festejavam seu aniversário. Crime de ódio, violência política", completou.
Relembre o crime — O crime ocorreu em julho de 2022, quando Arruda celebrava seu 50º aniversário ao lado de amigos e familiares. O ataque aconteceu após Guaranho, então policial penal, invadir o local da festa ao descobrir que o tema da celebração era o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo as investigações, Guaranho invadiu o local da festa e discutiu com Marcelo Arruda, gritando "Aqui é Bolsonaro". Pouco depois, o bolsonarista deixou o local, mas retornou armado cerca de 10 minutos depois. Ele efetuou disparos contra Marcelo, que revidou com a arma que carregava por ser guarda municipal. Marcelo foi socorrido, mas morreu na madrugada de 10 de julho de 2022, deixando quatro filhos, um deles recém-nascido.
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