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    Assessor de Bolsonaro pediu a Ramagem espionagem de Rodrigo Maia e Joice Hasselmann

    PF encontrou mensagem enviada a Ramagem demandando informações sobre um carro visto em um jantar com o então presidente da Câmara e a então deputada.

    Jair Bolsonaro (à esq.) e Alexandra Ramagem (Foto: Divulgação)

    247 - Uma descoberta recente da Polícia Federal (PF) revelou que Mosart Aragão Pereira, ex-assessor especial do gabinete de Jair Bolsonaro (PL), instruiu Alexandre Ramagem, na época diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a investigar um veículo observado em um jantar envolvendo Rodrigo Maia e Joice Hasselmann, informa o jornal O Globo.

    Em fevereiro de 2020, Pereira enviou uma mensagem a Ramagem com detalhes sobre um carro, enfatizando a necessidade de identificar seu proprietário. Na mensagem, ele relatava: "Precisamos saber a quem pertence para saber quem anda nele. Jantar no Rueda ontem entre o próprio, Joice e Rodrigo Maia. Sendo que essa Pajero chegou com um cidadão com pasta de documento na mão...ficou 29 min e saiu".

    Ramagem prontamente respondeu: "Ciente. Vou verificar." Posteriormente, ele encaminhou a mensagem a outra pessoa, cuja conversa foi encontrada impressa em posse de Felipe Arlotta, agente da PF que trabalhava na Abin durante a gestão de Ramagem.

    Interrogado na semana passada, no âmbito da investigação sobre a 'Abin paralela', Ramagem declarou que a operação não visava Maia, Hasselmann ou Antônio Rueda, dirigente do PSL na época. Segundo ele, o objetivo era identificar o usuário do veículo, que pertenceria à União.

    No depoimento, Ramagem esclareceu que descobriram posteriormente que o carro estava sendo utilizado por Anderson Torres, então secretário de Segurança do Distrito Federal e, posteriormente, ministro da Justiça de Bolsonaro. Ele afirmou que, ao confirmar que o veículo estava sendo utilizado por um agente público, a diligência foi encerrada por não haver irregularidades.

    Ramagem também foi questionado sobre sua relação com Pereira e respondeu que ele era um assessor da Presidência com quem tinha contato esporádico durante visitas ao local. Mosart, considerado um homem de confiança de Bolsonaro, permaneceu no gabinete presidencial durante a maior parte do governo, deixando o cargo apenas para concorrer nas eleições de 2022. Ele tentou se eleger deputado federal por São Paulo, mas ficou como suplente.

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