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    Ex-secretário da Receita presta depoimento à Polícia Federal no âmbito da 'Abin paralela'

    José Tostes foi citado durante reunião entre Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem e advogadas para blindar Flávio Bolsonaro de investigações sobre rachadinha

    José Barroso Tostes Neto e Flávio Bolsonaro (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR | Jefferson Rudy/Agência Senado)

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    247 - O ex-secretário da Receita Federal, José Tostes, prestará depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (25) às 15h, no âmbito do inquérito que investiga o monitoramento ilegal conduzido por servidores da Agência Brasileira de Investigação (Abin). O auditor será interrogado devido à menção de seu nome durante uma reunião, em agosto de 2020, entre o então chefe da agência, Alexandre Ramagem, e Jair Bolsonaro (PL), segundo o jornal O Globo.

    Durante essa reunião, Bolsonaro teria sugerido que as advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) procurassem Tostes e o então chefe do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), estatal responsável pelo processamento de dados do governo, sobre o caso das "rachadinhas" envolvendo o filho 01 na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). "É o caso de conversar com o chefe da Receita", afirmou Bolsonaro.

    A sugestão foi feita após as advogadas citarem supostas irregularidades cometidas por auditores da Receita na elaboração de um relatório de inteligência fiscal que originou o inquérito. A conversa foi gravada por Ramagem, e o áudio foi identificado pela Polícia Federal após a apreensão de seu celular e computador, em janeiro deste ano.

    Os investigadores querem saber se Tostes foi procurado após essa reunião. Na gravação, Ramagem disse que "seria necessário a instauração de procedimento administrativo" contra os auditores, com o objetivo de anular a investigação e retirar alguns auditores de seus cargos.

    Durante a reunião, as advogadas também discutiram estratégias defensivas que pretendiam adotar. Em suas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro negou envolvimento com a chamada "Abin paralela" e afirmou ser vítima de "criminosos que acessaram ilegalmente" seus dados sigilosos na Receita Federal.

    O inquérito da Polícia Federal busca esclarecer a espionagem irregular de autoridades do Legislativo e do Judiciário, além de desafetos políticos e jornalistas, no esquema que ficou conhecido como "Abin paralela". 

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