Bolsonaristas fazem ataque xenófobo a Prêmio Nobel da Paz em audiência pública no Amazonas
O ataque do bolsonarista aconteceu após o pesquisador do Inpa Philip M. Fearnside, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, ler um texto com críticas à pavimentação da BR-319, que ligará o Amazonas ao centro-sul do país, mas terá como uma das consequências a derrubada da floresta
247 - Vencedor do Prêmio Nobel da Paz, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Philip M. Fearnside foi alvo de ataques xenófobos em uma audiência pública sobre o licenciamento ambiental para a pavimentação da BR-319, na segunda-feira (27) à noite, em Manaus. O ataque do bolsonarista aconteceu após Fearnside ler um texto com críticas à obra, sob o argumento de que a mesma diminuirá a quantidade de chuvas no Sudeste. A rodovia entre Manaus (AM) e Porto Velho (RO) ligará a capital do Amazonas ao centro-sul do país.
"Como é que pode vir um cara lá dos Estados Unidos aqui?", questionou o líder do Movimento Conservador Amazonas, o curitibano Sérgio Kruke. "Como é que pode o cara vir de lá dizer o que eu vou fazer na minha casa. Essa casa é nossa. Se a gente quiser derrubar todas as árvores, a gente derruba. É nossa", complementou. O relato foi publicado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Para o ecólogo, o asfaltamento da BR-319 não tem justificativa econômica e ameaça a floresta responsável pela manutenção do fornecimento de vapor d’água para São Paulo.
A secretária de Apoio ao Licenciamento Ambiental e à Desapropriação do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil, Rose Hofmann, afirmou que, além das quatro audiências públicas presenciais, haverá consultas às comunidades indígenas. Não há data para as reuniões. Ela assegurou que a eventual licença prévia para pavimentar a BR-319 só sairá após cumprida essa etapa.
Sobre o aumento no desmatamento e da grilagem em consequência da rodovia, que já vem ocorrendo na região de Realidade (AM), Hofmann afirmou que o licenciamento ambiental leva esse impacto em consideração.
"O que a gente tenta diferenciar nos debates é o que pode entrar como condicionante pelo Dnit. Tem uma diferença entre quais os impactos que precisam ser gerenciados no licenciamento ambiental, focado no projeto, e quais são as necessidades que precisam ser endereçadas via reforço da governança territorial", continuou.
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