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    Bolsonaro fez operação abafa para esconder caso das joias durante as eleições

    Operação para evitar desgastes à campanha pela reeleição de Jair Bolsonaro mobilizou três ministérios, além de militares e a cúpula da Receita Federal

    Michelle e Bolsonaro em convenção no Maracanãzinho e joias (Foto: Ricardo Moraes/Reuters | Reprodução/Twitter)

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    247 - O governo Jair Bolsonaro (PL) promoveu uma intensa movimentação por meio da pressão sobre auditores e da omissão de informações em uma operação com o objetivo de evitar que o escândalo da entrada ilegal no território brasileiro das joias dadas pela monarquia saudita ao casal Jair e Michelle Bolsonaro viesse à tona durante as eleições. 

    O objetivo, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, era evitar desgastes ao desempenho eleitoral em meio à campanha pela reeleição do então ocupante do Palácio do Planalto.

    “As joias foram apreendidas no dia 26 de outubro de 2021, um ano antes das eleições. O histórico dos atos e relatos do escândalo que o Estadão tem revelado desde o dia 3 de março mostra que houve, pela cúpula do governo, uma série de medidas para, ao mesmo tempo em que tentava liberar as joias, evitar o vazamento de qualquer informação”, ressalta a reportagem. 

    Nas semanas seguintes à apreensão das joias destinadas à então primeira-dama, avaliadas em R$ 16,5 milhões,  o Planalto mobilizou os ministérios de Minas e Energia, Economia  e Relações Exteriores, e Bolsonaro, além de militares e a cúpula da Receita Federal, visando a liberação dos objetos da forma mais discreta possível. A estratégia para liberar os itens e abafar o escândalo também envolveu um segundo pacote de joias masculinas destinado a Jair Bolsonaro que acabou entrando ilegalmente no país.  

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    Ainda conforme a reportagem, o que mais chamava a atenção dos auditores da Receita era o “esquecimento” das joias no trâmite burocrático, para que fossem destinadas ao acervo público da Presidência da República. Como as tentativas arrefeceram, no dia 23 de fevereiro do ano passado, a Receita Federal emitiu um auto de infração e declarou a ‘pena de perdimento aos bens por abandono’. O órgão abriu ainda um prazo para que o governo recorresse, mas devido à falta de manifestação, o ‘abandono’ foi sacramentado em 25 de julho de 2022. Faltavam menos de três meses para as eleições”.

    O suposto esquecimento foi visto pela Receita como uma estratégia protelatória ligada ao processo eleitoral, uma vez que “a urgência sobre o caso só seria retomada após a derrota de Bolsonaro nas urnas”. A última tentativa do governo Bolsonaro para tentar liberar as joias retidas pela alfândega foi registrada no dia 19 de dezembro, dois dias antes do fim do mandato e um dia antes que Bolsonaro viajasse para os Estados Unidos sem data prevista para retornar ao Brasil. 

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