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Bolsonaro quer envolver militares em conflitos no campo, diz Mello Franco

O jornalista Bernardo Mello Franco observa que a ideia de Jair Bolsonaro de criar uma GLO para o campo tem como objetivo "usar as Forças Armadas para reprimir e dispersar ocupações no campo”, o que pode levar a "novos casos de derramamento de sangue", como o de Eldorado dos Carajás

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247 - “Não basta entregar o Incra aos ruralistas e paralisar a reforma agrária. Agora Jair Bolsonaro quer usar os militares para despejar famílias sem terra”, diz o jornalista Bernardo Mello Franco sobre o projeto de Jair Bolsonaro de criar uma “GLO rural”. “A ideia, segundo ele próprio, é usar as Forças Armadas para reprimir e dispersar ocupações no campo”, ressalta Mello Franco. 

Mello Franco observa que “as operações de “garantia da lei e da ordem” podem ser convocadas em situações de emergência, como greves das PMs”  e devem ser utilizadas “de forma episódica, em área previamente estabelecida e por tempo limitado”. 

“O texto frisa que as tropas só devem ser empregadas “após esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública”. O motivo é simples: as Forças Armadas são treinadas para a guerra, não para as atividades de segurança pública”. “Ao anunciar a proposta, o presidente deixou claro que não está preocupado em evitar confrontos. “Não é uma ação social, chegar com flores na mão. É chegar preparado para acabar com a bagunça”, disse, antes de atacar o MST e chamar sem-terras de “marginais”, completa. 

Para Mello Franco, “Bolsonaro não disfarça que tem lado nos conflitos pela terra. Ele entregou a Secretaria de Assuntos Fundiários a Luiz Antonio Nabhan Garcia, chefão da UDR. É um personagem truculento, que já foi associado a milícias rurais no Pontal do Paranapanema”. Nesta linha, ele prometeu, em agosto, um “indulto aos policiais condenados por matar 19 trabalhadores no massacre de Eldorado do Carajás, em 1996. Com a proposta de ontem, ele arrisca envolver os militares em novos casos de derramamento de sangue”. 

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