Bolsonaro simulou embate com o TCU para resgatar joias nos Estados Unidos

247 – Uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) desvendou um intricado esquema envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe para resgatar joias de alto valor patrimonial que haviam sido entregues a ele por autoridades estrangeiras durante suas missões oficiais. A investigação revela que Bolsonaro simulou um atrito com o Tribunal de Contas da União (TCU) como estratégia para ganhar tempo e, assim, efetuar o resgate das joias nos Estados Unidos, segundo informa o jornalista Marcelo Rocha, na Folha de S. Paulo.

O embate com o TCU foi justificado pela defesa de Bolsonaro como uma tentativa de superar uma suposta "burocracia" da corte de contas na entrega dos presentes recebidos pelo ex-presidente. Essa alegação, entretanto, mascarava a operação que estava em andamento para recuperar as joias do exterior. A PF revelou que, durante o período em que Bolsonaro e seus representantes reclamavam dos procedimentos do TCU, eles estavam finalizando os detalhes para trazer de volta ao Brasil todo o material que havia sido levado para fora do país.

No dia 30 de março, exatamente quando as preocupações sobre a "burocracia" do TCU eram expressas, as providências para a recuperação das joias estavam sendo tomadas. A investigação da PF mostrou que Bolsonaro e seus auxiliares empregaram táticas de ocultação e evasão, retirando discretamente os bens do Brasil no avião presidencial. As ações ocorreram em meio à análise do TCU sobre o caso, o que levou a polícia a denominar a operação como "operação resgate".

A defesa de Bolsonaro alegou que a demora na entrega das joias era resultado exclusivo da burocracia do TCU, e não de uma tentativa maliciosa por parte do ex-presidente de esconder esses bens. A PF, no entanto, destacou que a operação de resgate foi realizada de forma escamoteada, permitindo que os investigados retornassem as joias sem revelar sua ausência do país.