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    Bolsonaro torce por Trump e espera que ele alivie seus problemas com a Justiça

    "Se Deus quiser, vai ser Trump em novembro", disse o ex-presidente indiciado como ladrão de joias

    Jair Bolsonaro segue Donald Trump e defende voto em cédulas de papel visando possível judicialização das eleições de 2022

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    BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Santa Catarina (Reuters) - O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou em evento da CPAC Brasil neste sábado que a direita está ganhando terreno internacionalmente, na Itália e na França, e disse esperar que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump volte à Casa Branca neste ano.

    "Se Deus quiser, vai ser Trump em novembro", disse ele em Balneário Camboriú, Santa Catarina, diante de 3.500 pessoas que querem vê-lo de volta ao poder, apesar de ele estar inelegível até 2030 após ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação na campanha presidencial de 2022.

    O evento da CPAC (Conservative Political Action Conference) tem o objetivo de angariar apoio aos candidatos aliados nas eleições municipais deste ano e projetar sua influência antes da corrida presidencial de 2026.

    "A imprensa que me critica, aquela grande imprensa, mais uma vez estou a disposição de vocês, para duas horas ao vivo, ser sabatinado sobre qualquer coisa", disse Bolsonaro mais cedo.

    O ex-candidato presidencial de direita do Chile, José Antonio Kast, também participou do evento, e o presidente da Argentina, o libertário Javier Milei, deve discursar no encerramento no domingo.

    Guilherme Casarões, cientista político da FGV em São Paulo, disse que a presença de Milei e Kast mostra que Bolsonaro e seus associados políticos querem que o Brasil se torne um centro hemisférico de coordenação da extrema direita.

    "O evento da CPAC servirá como uma plataforma para os extremistas brasileiros tornarem sua narrativa global, com base na ideia de que os conservadores em todo o hemisfério estão sendo perseguidos por governos de esquerda e por tribunais autoritários", disse ele.

    Casarões afirmou ainda que o local do evento foi escolhido porque se tornou "um bunker pró-Bolsonaro", assim como a Flórida é para o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e a extrema-direita dos EUA.

    "Vai ser muito importante a gente reunir mais uma vez os conservadores, a turma da direita, com uma visão liberal da economia e discutir obviamente nesse evento privilegiado o futuro da direita no Brasil", disse o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles em mídia social da CPAC Brasil.

    Salles disse que a direita está avançando nos Estados Unidos, na Europa e na América Latina com Milei.

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