Bolsonaro usa anistia para atacar o STF e o governo Lula, avalia o Centrão

247 - A principal bandeira levantada por Jair Bolsonaro (PL) durante o ato realizado no último domingo (16) em Copacabana, no Rio de Janeiro, a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, tem sido vista por lideranças do Centrão como um "jogo de cena" do ex-presidente, segundo Bela Megale, do jornal O Globo.

De acordo com presidentes de legendas do Centrão, a defesa da anistia serve como ferramenta para Bolsonaro intensificar seus ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), com ênfase no ministro Alexandre de Moraes, e ao governo Lula (PT). Para esses líderes, a proposta não tem viabilidade prática neste momento, já que qualquer tentativa de aprovação no Congresso poderia ser judicializada e levada ao próprio STF, que daria a palavra final.

Durante a manifestação no Rio, o deputado federal e líder do PL, Sóstenes Cavalcante, afirmou que pediria tramitação em regime de urgência do projeto de anistia na Câmara dos Deputados. No entanto, membros do Centrão acreditam que a aprovação de uma medida dessa natureza, sem que todas as ações judiciais tenham sido analisadas pelo STF, seria ineficaz e juridicamente contestável.

Marcos Pereira, presidente do Republicanos e jurista, compartilhou uma avaliação semelhante com aliados. Ele ressaltou que não é possível conceder anistia antes que todas as ações relativas aos atos golpistas de 8 de janeiro sejam julgadas e finalizadas pelo STF. Essa posição reforça a percepção de que a mobilização em torno do tema tem mais um caráter político do que prático.

Nos bastidores, a movimentação de Bolsonaro é interpretada como parte de sua estratégia para manter apoio de sua base política e consolidar um discurso de oposição ao STF e ao governo Lula.