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    Boulos não vai trocar o Psol pelo PT agora, apesar de pressão

    O deputado federal, figura de destaque na esquerda brasileira, resiste às pressões para trocar o Psol pelo PT

    Guilherme Boulos (Foto: Reuters/Maira Erlich)

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    247 - O deputado federal Guilherme Boulos, figura de destaque na esquerda brasileira, resiste às pressões para trocar o Psol pelo PT. Segundo informações obtidas pela coluna do jornalista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, Boulos tem sido aconselhado a permanecer no Psol tanto por colegas de partido quanto por integrantes de seu grupo político e até por familiares, que veem sua atuação no partido como parte de um projeto de longo prazo.

    Boulos, que disputa um espaço significativo na política progressista, encontra no Psol o protagonismo necessário para moldar e fortalecer sua liderança, algo que, segundo aliados, poderia ser ofuscado caso se filiasse ao PT. "Ele está em um processo de reconstrução da esquerda que seria limitado em outra sigla", confidenciou um interlocutor próximo. A pressão para que o deputado mude de partido cresceu após sua candidatura ao governo de São Paulo, onde, apesar da derrota, conseguiu estabelecer-se como uma das principais vozes de oposição e uma liderança emergente no estado.

    A lei eleitoral, no entanto, restringe a troca de legenda para deputados federais, a não ser durante as chamadas "janelas partidárias", que ocorrem no ano das eleições. Assim, na prática, Boulos só poderia migrar para o PT em 2026, quando se abrirá uma nova janela para mudanças sem risco de perda de mandato. No entanto, aliados do deputado veem essa possibilidade como improvável. "Achamos difícil que ele saia do PSol, mesmo em 2026. Ele construiu uma base sólida e tem liberdade para articular propostas e lideranças dentro do partido", comentou uma liderança psolista.

    A avaliação é de que, até 2026, Boulos terá ainda mais visibilidade e aceitação nacional dentro do Psol, o que dificultaria uma eventual decisão de migrar para o PT. Além disso, uma mudança de partido poderia colocar em risco o protagonismo que ele vem construindo ao lado de figuras como a deputada estadual Erica Malunguinho e o deputado federal Ivan Valente, reforçando a ideia de um PSol fortalecido para disputar o legado da esquerda no Brasil.

    Sem PT, sem ministério

    Outra questão importante para o futuro político de Boulos é a possibilidade de ocupar cargos no governo federal. Estar fora do PT pode dificultar o acesso a um ministério no governo Lula, um espaço que tradicionalmente abriga aliados próximos e de confiança direta do presidente. “Hoje, o Planalto não vê espaço para ele na gestão”, revelou um integrante do governo, apontando a falta de alinhamento direto entre o PSol e o PT.

    Essa dificuldade, porém, não parece desmotivar Boulos. Segundo aliados, o deputado federal está focado em consolidar uma plataforma política com identidade própria, voltada a novas bases eleitorais e a um eleitorado jovem que busca alternativas aos partidos tradicionais. Para ele, permanecer no PSol significa seguir sendo uma alternativa ao PT, buscando, inclusive, atrair eleitores que querem renovar a esquerda e afastar-se das polarizações partidárias.

    Para muitos dentro do PSol, Boulos representa uma possibilidade real de liderar a esquerda em um cenário pós-Lula. "Ele traz frescor à política, é combativo, mas também é capaz de dialogar com setores mais amplos", destacou um aliado próximo. A intenção do deputado, segundo pessoas próximas, é consolidar essa liderança sem deixar de lado suas origens e os valores que o PSol representa, marcados pela defesa dos direitos humanos e por uma forte crítica ao sistema político tradicional.

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