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Braga Netto orquestrou ataques da 'milícia digital' a militares contrários ao golpe

Levantamento mostra uma difusão instantânea e massiva de conteúdos com ataques, por exemplo, ao general Tomás Paiva, após ordem do ex-ministro

Braga Netto (Foto: Isac Nóbrega/PR)

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247 - Investigação conduzida pela Polícia Federal revela detalhes da complexa rede de atuação digital a serviço de Jair Bolsonaro (PL) e de seus aliados na tentativa de golpe de Estado. O inquérito aponta para a disseminação sistemática de notícias falsas visando desacreditar o processo eleitoral, além da distribuição de relatórios contendo informações inverídicas sobre as urnas eletrônicas, associada ao uso de dados obtidos por hackers.

Segundo os dados levantados, um dos principais objetivos dessa ação foi a promoção de ataques contra militares de alta patente que se opuseram à trama golpista. De acordo com o levantamento realizado pelo jornal O Globo, as mensagens destinadas a desgastar esses oficiais foram amplamente difundidas entre perfis bolsonaristas nas redes sociais.

Um dos episódios destacados pela investigação envolve o general Tomás Paiva, escolhido por Lula para comandar o Exército em fevereiro do ano passado. Em conversas obtidas pela PF, o ex-ministro Braga Netto orientou que ataques a Paiva “viralizassem”, alegando que o atual comandante do Exército "nunca valeu nada" e seria "PT desde pequeninho".

Esses ataques foram corroborados por figuras influentes do círculo bolsonarista, como o youtuber Allan Frutuozo da Silva, que compartilhou um vídeo intitulado "general melancia entra em desespero", referindo-se pejorativamente ao general Paiva. Além disso, o empresário Otávio Fakhoury também foi apontado por fazer pressões públicas contra o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, buscando sinalizar um alinhamento a Bolsonaro.

Outra frente de ataque identificada pela PF foi conduzida pelo blogueiro Paulo Figueiredo Filho, que teria agido para influenciar militares a aderirem ao plano golpista, divulgando informações supostamente provenientes de fontes internas das Forças Armadas.

Além da disseminação de fake news, a investigação também apontou para o uso de informações obtidas por hackers, que foram utilizadas para tumultuar o processo eleitoral. Mensagens apreendidas indicam a recepção de dados falsos sobre a contagem de votos, especialmente no Nordeste, após o encerramento da votação.

Até o momento, as defesas dos envolvidos preferiram não se manifestar ou afirmaram que só o fariam após terem acesso completo aos autos do processo. Vale ressaltar que, em pronunciamentos anteriores, advogados de Bolsonaro negaram qualquer envolvimento dele em atividades contrárias ao Estado Democrático de Direito.

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