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Brasil e Venezuela negociam diálogo entre Lula e Maduro em meio à crise política venezuelana

Conversa entre os presidentes Lula e Nicolás Maduro pode ser definida ainda nesta segunda-feira, embora não haja garantia de que ocorra nesta semana

Lula e Nicolás Maduro (Foto: Ricardo Stuckert/PR | REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria)

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247 - Os governos do Brasil e da Venezuela estão em negociação para uma conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro, que pode ser definida ainda nesta segunda-feira (19), embora não haja garantia de que ocorra nesta semana, informa o jornalista Jamil Chade em sua coluna no UOL. Maduro, desde o final do processo eleitoral, tem solicitado essa conversa, mas no Palácio do Planalto há receio de que o diálogo possa ser usado pelo mandatário venezuelano para legitimar sua vitória, prejudicando as chances do Brasil de atuar como mediador na crise venezuelana.

Lula já se comunicou com líderes de diversos países, enquanto o chanceler Mauro Vieira manteve contatos diplomáticos internacionais. Para que a conversa entre Lula e Maduro ocorra, o Brasil exige regras claras sobre a divulgação do conteúdo e que Maduro esteja disposto a ouvir as cobranças já feitas por Lula, como a publicação detalhada dos resultados da eleição de 28 de julho.

A pressão sobre Maduro por transparência eleitoral aumentou, com apoio de governos latino-americanos e de organismos internacionais, como a ONU. O Brasil, que foi fundamental na viabilização dos Acordos de Barbados em 2023, se recusa a reconhecer Maduro como vencedor sem uma verificação clara, evitando fechar portas para o diálogo com a oposição venezuelana.

O governo venezuelano recebeu com preocupação a postura brasileira, reconhecendo a importância do Brasil como mediador internacional. Maduro, embora cauteloso, rejeitou publicamente as propostas de Lula sobre um governo de coalizão ou de realizar novas eleições, mas manteve a diplomacia, evitando confrontos diretos com o Brasil. No entanto, ele respondeu criticamente, mencionando a postura do governo Bolsonaro em 2022 e os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, e solicitou uma conversa direta com Lula, ao invés de declarações através da imprensa.

O governo brasileiro, pragmaticamente, sabe da importância de manter uma relação com a Venezuela, dada a crise migratória e o contexto geopolítico envolvendo influências americanas, russas e chinesas. Por isso, busca apoio internacional para manter sua estratégia de diálogo entre a oposição e Maduro, evitando um cenário similar ao do autoproclamado presidente Juan Guaidó, cujo reconhecimento internacional foi posteriormente revertido.

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