Brasil envia mais 16,8 toneladas de donativos para o Líbano

247 - A Operação Raízes do Cedro, coordenada pelo Governo Federal, continua a oferecer apoio essencial à população libanesa e aos brasileiros que desejam deixar a zona de conflito no Líbano. Desde o início de outubro, a iniciativa já possibilitou o envio de sete cargas de alimentos e medicamentos, utilizando a aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB). As informações são da Agência Gov, divulgadas pelo Planalto no último sábado (26).

Em mais uma etapa da operação, o KC-30 decolou para a nona missão de repatriação, levando 16,8 toneladas de donativos. A carga inclui cerca de 9,5 toneladas de medicamentos, entre eles 400 mil ampolas de midazolam, essencial para procedimentos médicos como sedação pré-cirúrgica e intubação orotraqueal. Esses medicamentos foram doados pelo Ministério da Saúde, que coordenou a logística para o envio dos insumos hospitalares a partir dos estoques do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ajuda coordenada e solidária
Os esforços de apoio não se limitam ao Governo Federal. Cestas básicas e medicamentos também foram arrecadados por meio de parcerias com a Embaixada do Líbano em Brasília e o Consulado-Geral do Líbano em São Paulo e no Rio de Janeiro. "A cooperação internacional do Brasil com o Líbano é baseada na solidariedade e no respeito aos princípios humanitários", destacou um representante da Associação Unidos pelo Líbano (UpL), uma das entidades envolvidas na arrecadação.

Desde o início da operação, foram enviadas mais de 47 toneladas de insumos, incluindo seringas, envelopes para reidratação, além de alimentos e medicamentos doados por empresas farmacêuticas brasileiras. O Ministério da Saúde garantiu que todas as doações foram previamente avaliadas para assegurar que não comprometessem o abastecimento nacional.

Repatriação de brasileiros
Além de entregar ajuda humanitária, a Operação Raízes do Cedro tem como objetivo repatriar brasileiros que vivem na região de conflito. Desde 6 de outubro, oito voos de resgate trouxeram mais de 1.400 pessoas de volta ao Brasil. "Vamos continuar trabalhando para trazer todos os brasileiros e suas famílias que precisarem", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o desembarque do primeiro grupo em Brasília.

O Itamaraty segue em contato com cidadãos brasileiros no Líbano para organizar novos voos de resgate, caso necessário. A orientação do governo é que os cidadãos sigam as recomendações de segurança e, se possível, saiam do território libanês por meios próprios. O aeroporto de Beirute segue operando, com voos regulares da companhia Middle East Airlines.

Assistência e acolhimento
As famílias repatriadas são recebidas por equipes especializadas do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, que prestam suporte imediato e verificam a necessidade de inclusão em programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família. Além disso, equipes da Força Nacional do SUS oferecem cuidados de saúde física e mental aos recém-chegados. "Buscamos proporcionar um atendimento humanizado e acolhedor, considerando as particularidades culturais de cada família", explicou um dos profissionais da equipe de acolhimento.

Flexibilização para animais de estimação
A operação também flexibilizou as regras para a entrada de animais de estimação vindos do Oriente Médio. Desde outubro, dezenas de pets chegaram ao Brasil junto com suas famílias, beneficiados por um protocolo especial de acolhimento do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Esforços contínuos em missões humanitárias
A Operação Raízes do Cedro é semelhante à Operação Voltando em Paz, realizada entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, que trouxe de volta ao Brasil mais de 1.500 brasileiros da Faixa de Gaza, Cisjordânia e Israel. Ambas as operações evidenciam o compromisso do Brasil com o bem-estar de seus cidadãos e com a solidariedade internacional em tempos de crise.

Determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Operação Raízes do Cedro se iniciou após o aumento das tensões no Oriente Médio, especialmente entre Israel e o grupo Hezbollah, no Líbano. A logística envolve a participação da FAB e um trabalho intenso de articulação diplomática liderado pelo Itamaraty.