Brasil prepara maior exercício militar de 2025 na fronteira com a Venezuela
Operação Atlas visa treinar tropas e demonstrar a capacidade do Brasil em garantir a estabilidade regional em meio ao aumento da tensão na fronteira
247 - As Forças Armadas brasileiras estão se preparando para realizar o maior exercício militar de 2025 próximo à fronteira com a Venezuela. Segundo a CNN Brasil, a "Operação Atlas" tem como objetivo treinar tropas e demonstrar a capacidade do Brasil em garantir a estabilidade na região, em um cenário de crescente tensão com o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. A operação está planejada para acontecer no mês de novembro, coincidindo com a realização da COP30 em Belém, e tem como foco principal o estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela.
De acordo com oficiais militares, embora a retórica de Maduro sobre uma possível invasão da região de Essequibo tenha diminuído, a avaliação no Brasil é que a estabilidade da região ainda está em risco. A estratégia militar venezuelana segue sendo moldada por altos oficiais, como o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, que lideram o apoio ao governo de Maduro. Nos últimos meses, o Brasil recebeu informações sobre a intensificação de movimentações militares na fronteira, com a construção de pequenas pistas de pouso, pontes provisórias e acampamentos improvisados, o que tem gerado preocupações nas Forças Armadas.
A Operação Atlas foi concebida para deslocar uma grande quantidade de veículos blindados e não blindados, além de cerca de 8 mil oficiais, a partir do primeiro semestre de 2025. A operação, que terá duração de 15 dias, visa não apenas o treinamento das tropas brasileiras, mas também o desenvolvimento da logística e das capacidades de transporte em uma região de difícil acesso. Militares brasileiros destacam que a operação será uma forma de demonstrar a força dissuasória do país, sem a intenção de provocar Maduro ou outras potências.
Além disso, a Operação Atlas tem o objetivo de demonstrar aos Estados Unidos e à Europa o comprometimento do Brasil com a estabilidade da região, especialmente diante do crescente apoio internacional à Guiana, cujo território da região de Essequibo tem sido alvo de disputas territoriais. Fontes ligadas ao governo mencionaram que a movimentação dos Estados Unidos, como o envio de militares para intercâmbios com a Guiana, foi vista como um sinal de desconfiança em relação à capacidade brasileira de lidar com as ameaças de Maduro.
Porém, o Brasil segue mantendo uma relação histórica com a Venezuela, apesar da postura recente do presidente Lula (PT) de distanciamento de Maduro, especialmente após a eleição de 2024, que foi questionada pela oposição e por outros países. Enquanto isso, a Guiana, antiga colônia britânica, tem uma forte relação com os Estados Unidos e a Inglaterra, o que intensifica ainda mais as tensões na disputa territorial de Essequibo.
Embora a Operação Atlas seja considerada uma expansão da Operação Perseu, realizada no Vale do Paraíba em 2024, a diferença é que esta ação contará com a presença integrada das três Forças: Exército, Marinha e Aeronáutica. A participação da Marinha, no entanto, tem gerado resistência, uma vez que a área de operação não favorece a atuação naval, devido ao difícil acesso aquaviário, com os rios sendo o único meio de transporte para a força militar na região.
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