Celso Amorim: “Ninguém mais quer ouvir o Brasil”
"As pessoas estão perplexas. O Brasil sempre foi considerado um país simpático. Só que hoje nós somos vistos como um problema", diz o ex-chanceler Celso Amorim ao fazer um balanço do primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. "O Brasil é um país grande e não será ignorado, mas ninguém mais quer nos ouvir"
247 - O ex-chanceler brasileiro Celso Amorim avaliou o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro e disse que a comunidade internacional não vê mais o Brasil como um aliado, mas, sim, como um problema.
"As pessoas estão perplexas. O Brasil sempre foi considerado um país simpático. Só que hoje nós somos vistos como um problema. A Amazônia foi o caso mais gritante, mas o que fizemos em outras áreas, como as atitudes belicosas em relação à Venezuela, acabou por fazer do Brasil um país que cria problemas", disse Amorim em entrevista à revista Exame.
"O Brasil é um país grande e não será ignorado, mas ninguém mais quer nos ouvir. O ministro atual [Ernesto Araújo] quer se aproximar de países de extrema direita, como a Hungria, e tem atitudes hostis contra outros países, como a França. É um desvio de nossa política, baseada em pluralismo e tolerância, sem fanatismo", acrescenta o ex-ministro de Relações Exteriores.
Sobre os protestos que acontecem na América Latina, Celso Amorim diz que as pessoas acham que podem impor uma doutrina econômica e desconhecem um fato fundamental: estamos lidando com seres humanos, não com números ou máquinas. "A implementação de políticas chamadas de neoliberais chegou ao limite em muitos países. Ninguém esperava a recente explosão popular no Chile. E acredito que esse sentimento vai chegar ao Brasil. Não sei quando, mas vai", avalia.
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