Censo 2022: pretos e pardos são 69% dos que vivem sem esgoto adequado
Cerca de 49 milhões de pessoas vivem em lares sem descarte adequado de esgoto, o que equivale a 24% da população do país. Pretos e pardos são os mais prejudicados
247 - Novos dados do Censo 2022 revelam que, mesmo com avanços nas últimas décadas, milhões de brasileiros ainda enfrentam problemas relacionados ao saneamento básico e ao acesso à água potável. De acordo com as estatísticas divulgadas nesta sexta-feira (23), cerca de 49 milhões de pessoas vivem em lares sem descarte adequado de esgoto, o que equivale a aproximadamente 24% da população do país.
Um aspecto alarmante destacado pelo levantamento é a disparidade entre grupos raciais. Entre os pretos e pardos, que compõem pouco mais da metade da população brasileira, o percentual de pessoas sem acesso adequado ao esgoto chega a alarmantes 68,6%. Enquanto isso, entre os brancos, esse número é de 29,5%.
Os dados ainda apontam que a falta de um abastecimento adequado de água atingia 6,2 milhões de brasileiros em 2022. Novamente, a disparidade é evidente, com os pretos e pardos representando 72% da população sem acesso adequado à água, em comparação com os brancos, que correspondem a 24%.
Embora tenha havido uma melhora ao longo das últimas duas décadas, com uma redução na proporção da população sem coleta de esgoto adequada de 36% em 2010 para os atuais 24%, e um aumento significativo no acesso à água encanada em domicílios, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir o saneamento básico para todos os brasileiros.
Além disso, a distribuição desigual dos recursos também é evidente quando se trata da forma como a água chega até os domicílios. Enquanto para a maioria, representando 95,1% da população, a água chega encanada até dentro da residência, para outros 2,5% ela chega apenas até o terreno, e para 2,4%, a água sequer chega encanada, demandando transporte manual.
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