"Chega de ameaças e faca no pescoço", diz Lindbergh a Lira
Deputado petista reagiu ao discurso do presidente da Câmara na abertura do ano do Legislativo, em que Lira fez cobranças a Lula. Confira o posicionamento completo
247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), em um tweet publicado nesta segunda-feira (5), expressou sua preocupação com a relação entre os poderes e demonstrou indignação com as ameaças que estão sendo feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ao presidente Lula (PT).
No tweet, Lindbergh declarou: "CHEGA DE FACA NO PESCOÇO! É sempre no mesmo tom! Chega de ameaças e faca no pescoço! É preciso harmonia entre os poderes para fazer o Brasil avançar!"
A fala de Lindbergh veio em resposta ao discurso de Lira na abertura do ano legislativo. Lira alegou que os parlamentares "não faltaram ao governo" e esperam "reconhecimento e compromisso com a palavra dada pelo Executivo". O presidente da Câmara falou sobre o governo federal "respeitar as decisões e cumprir os acordos firmados com o Parlamento". >>> LEIA TAMBÉM: Internautas rejeitam discurso de Lira na abertura do legislativo
Lindbergh questionou o papel do Legislativo na execução do orçamento, destacando que a atribuição constitucional de executar o orçamento pertence ao Poder Executivo. Ele expressou preocupação com o que chamou de "esdrúxulo cronograma de execução orçamentária" proposto pelo parlamento, afirmando que isso nunca foi visto na história.
O deputado também levantou a questão do abuso nas emendas parlamentares, alertando que o montante (R$ 53 bilhões) poderia superar os investimentos feitos pelo Executivo em 2024. "É o que vai acontecer em 2024, até porque o contigenciamento que existir vai cair no colo do executivo", escreveu. Confira o texto completo do parlamentar carioca:
"CHEGA DE FACA NO PESCOÇO!
É sempre no mesmo tom! Chega de ameaças e faca no pescoço! É preciso harmonia entre os poderes para fazer o Brasil avançar!
Ora, o orçamento “pertence a todos, todas e não apenas ao Executivo”, diz Lira. Ok. Perfeito. Só que quem executa o orçamento é o Poder Executivo. O legislativo aprova o orçamento. Agora, o parlamento quer impor um esdrúxulo cronograma de execução orçamentária nunca visto na história. Ou seja, o parlamento quer executar o orçamento. Essa atribuição constitucional é do Poder Executivo.
Outra coisa, não existe, em lugar algum do mundo, uma experiência em que o montante das emendas parlamentares (R$ 53 bi) possa superar os investimentos feitos pelo próprio Executivo. É o que vai acontecer em 2024, até porque o contigenciamento que existir vai cair no colo do Executivo.
Por fim, Lira fala sobre o cumprimento de acordos. Mas, que acordos? Será que não é o contrário? Foram distribuídos ministérios, liberação recorde de emendas e mesmo assim vivemos uma crise permanente no parlamento, onde a suposta base vive votando contra temas importantes para o governo. São muitas as votações que o governo fica isolado, com pouco mais de 140 votos.
Já que Lira fala em cumprir acordos, eu pergunto: houve acordo em relação a esses R$ 5,6 bi que o Lula vetou e que estão ameaçando derrubar o veto? A informação que tenho é que não houve esse acordo. Então, Lira, é hora de todos cumprirem os acordos."
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