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    Copa América pode ser pretexto para Bolsonaro colocar as Forças Armadas nas ruas, alerta Marcelo Uchôa

    Por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Bolsonaro pode avançar em seu projeto autoritário de poder com a Copa América sendo realizada no Brasil, avalia o jurista Marcelo Uchôa

    Marcelo Uchôa (Foto: Reprodução)

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    247 - O jurista Marcelo Uchôa fez um importante alerta na noite desta segunda-feira (31) pelo Twitter: a Copa América, que será realizada no Brasil, pode ser um pretexto para que Jair Bolsonaro coloque em prática seu já público desejo de enviar as Forças Armadas às ruas.

    A Garantia da Lei e da Ordem (GLO), segundo o especialista, pode ser a justificativa para que Bolsonaro avance em seu projeto autoritário de poder. "Cuidado. Além de matar em grande escala, o objetivo de recepcionar a Copa América pode ser justificar, via Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a presença das Forças Armadas nas ruas', disse Uchôa.

    Entenda por que a Copa América será realizada no Brasil:

    Por Daniela Desantis e Rodrigo Viga Gaier (Reuters) - A Conmebol anunciou nesta segunda-feira que a Copa América deste ano será realizada no Brasil, horas depois de a competição ter sido retirada da Argentina e após semanas de incertezas sobre sua organização.

    "A Copa América de 2021 será disputada no Brasil. As datas de início e finalização do torneio estão confirmadas. As sedes e a tabela serão informadas pela Conmebol nas próximas horas", disse a Confederação Sul-Americana de Futebol em sua conta no Twitter.

    As partidas devem ser disputadas nas cidades de Brasília, Natal, Manaus e Cuiabá, segundo informou uma fonte com conhecimento dos planos para a competição, que ocorre entre junho e julho. Uma outra pessoa, que também pediu anonimato, disse ainda que haveria chance de o Maracanã receber a decisão do torneio.

    Apesar de o Brasil enfrentar um dos piores surtos de coronavírus do mundo, a Conmebol agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro e sua equipe, assim como à Confederação Brasileira de Futebol, por "abrir as portas do país ao que hoje em dia é o evento esportivo mais seguro do mundo".

    A competição de seleções mais importante do continente seria disputada pela primeira vez em sua história em dois países, Argentina e Colômbia, mas se viu diante uma série de inconvenientes, que colocaram em dúvida sua realização.

    A Argentina enfrenta uma segunda onda feroz de infecções e mortes por coronavírus, enquanto a Colômbia --que foi retirada da condição de sede dias atrás-- vive protestos intensos desde o mês passado, sem expectativas de fim, em um impasse para o governo. O governo argentino havia dito no domingo que seria difícil se manter como sede da competição.

    A Conmebol confirmou que as datas de disputa do torneio seguem conforme programado, entre 13 de junho e 10 de julho, e agradeceu a disposição do presidente Jair Bolsonaro, que "apoiou a iniciativa de imediato", segundo comunicado.

    "O Brasil vive um momento de estabilidade, tem infraestrutura comprovada e experiência acumulada e recente para organizar uma competição desta magnitude", disse o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, na mesma nota.

    Com mais de 460.000 mortes e 16 milhões de infecções, o Brasil tem o segundo maior número de mortes por Covid-19 globalmente.

    O Brasil organizou a Copa América em 2019, da qual se sagrou campeão, e a Copa do Mundo de 2014.

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