Davati, que tentou vender 400 milhões de vacinas ao Brasil, nasceu em 2020 e tem três funcionários
Reportagem da Folha de S. Paulo mostra que a empresa, que tentou viabilizar um negócio de US$ 6 bilhões com o governo Bolsonaro, não tem estrutura condizente com a transação que tentava fazer
247 - A Davati Medical Supply, que negociou com o governo Jair Bolsonaro, por meio de um representante duvidoso, a venda de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19, transação estimada em US$ 6 bilhões, é uma pequena empresa com somente três funcionários e faturamento anual estimado em US$ 266.492, segundo uma companhia de dados corporativos, revelou a Folha de S. Paulo.
O cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominghetti Pereira teria sido a ponte entre a Davati e o governo federal brasileiro. À CPI da Covid, Dominghetti contou ter recebido pedido de propina por parte do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Dias para fechar a venda dos imunizantes.
De acordo com a Folha, a Davati é uma empresa nova, aberta em junho de 2020, e funciona no mesmo endereço em Austin, no Texas, Estados Unidos, onde estão registradas uma incorporadora imobiliária, a Impact Developers, e uma representante de produtos de construção, a Davati Building Products.
Citado como CEO da Davati, Herman Cardenas tem em seu perfil no LinkedIn a seguinte descrição: "visionário, pioneiro e empreendedor em série", que "fundou e administrou múltiplas empresas em sua carreira".
O site da empresa informa que a companhia vende vacinas, anestésicos como propofol e até o antiviral remdesivir, usado em pacientes hospitalizados com Covid-19. O remdesivir vendido por ela é fabricado pela Anzalp, farmacêutica indiana que não está entre os laboratórios autorizados pela detentora da patente, a Gilead, para produzi-lo. "Por causa da grande experiência de nossa equipe em produção e administração de logística no mundo todo, a Davati Medical Supply consegue fornecer produtos onde outros fornecedores não conseguem", diz o site.
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