Defesa quer punição exemplar para enviar "recado" aos quartéis sobre planos golpistas
A avaliação é de que a presença de 25 militares entre os indiciados pela tentativa de golpe prejudica a imagem das Forças Armadas
247 - A Cúpula das Forças Armadas avalia que é necessária uma depuração para enviar um recado aos quartéis de que planos golpistas serão punidos com rigor pelo Judiciário, informa o G1. Na visão do Ministério da Defesa, a presença de 25 militares da ativa ou da reserva entre os 37 indiciados por participação na tentativa de golpe de Estado em 2022 atingem a imagem da corporação.
Segundo o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a participação na tentativa de golpe ficou restrita a um grupo, e não foi um ato da instituição. “A responsabilidade é de cada um. Cada um que responda pelos seus atos. A instituição não teve nem tem envolvimento com isso”, afirmou. O ministro lembra que a posição firme dos comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Batista Jr, que rejeitaram a intentona golpista, foi determinante para o fracasso da operação.
Em depoimentos à Polícia Federal, os dois comandantes afirmaram que tiveram reunião no Palácio da Alvorada com o então presidente Bolsonaro, quando foram apresentados à minuta do golpe em discussão dentro do governo. Entre os líderes das Forças Armadas, apenas o comandante da Marinha, almirante Garnier Santos, foi favorável ao golpe. Ele está na lista dos indiciados.
Dentro das Forças Armadas, existe a avaliação de que o episódio vai ajudar a expulsar a política de dentro dos quartéis. O ideal é que o Congresso aprove a proposta de à Constituição (PEC) dos Militares, sugerida pelas Forças Armadas, que determina que militares que quiserem concorrer a cargos eletivos precisam deixar a ativa e ir para a reserva, não voltando mais aos quartéis.
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