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    "Delações da Odebrecht foram obtidas sob tortura", diz Tony Garcia

    Tony Garcia, agente infiltrado, denuncia métodos ilegais na obtenção das delações da Odebrecht durante a Lava Jato, que estão sendo revistos por Toffoli

    Tony Garcia (à esq.) e dias Toffoli (Foto: Reprodução-TV247 I Divulgação)

    247 – O empresário Tony Garcia, empresário usado como agente infiltrado pelo ex-juiz suspeito Sergio Moro, fez revelações graves sobre os bastidores da operação Lava Jato. Garcia acusou o Ministério Público Federal (MPF) de obter as delações dos diretores da Odebrecht sob tortura psicológica e manipulação.

    Em uma postagem nas redes sociais, Tony Garcia expôs detalhes perturbadores sobre os métodos empregados para forçar os acordos de delação premiada. Segundo suas afirmações, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima teria admitido que os métodos exigiam "prisões longas", pressão sobre familiares e "vazamentos" na imprensa de falsas delações que comprometiam os presos.

    "Tenho ele GRAVADO dentro do MPF PRPR me dizendo como gostava de fazer os acordos. Marcelo Odebrecht e Leo Pinheiro foram vítimas desses métodos, só tiveram seus acordos homologados por Sergio Moro após envolverem falsamente e obrigatoriamente o presidente Lula. Sem isso, morreriam na cadeia", alegou Tony Garcia em suas declarações.

    As revelações de Garcia lançam luz sobre práticas obscuras que marcaram a Lava Jato. O contexto em que essas revelações emergem é crucial. Dias Toffoli, ministro do STF, determinou recentemente a suspensão do pagamento de multas pela empreiteira Novonor, antiga Odebrecht, no contexto do acordo de leniência firmado com o Ministério Público em 2016. Essa decisão foi tomada após descobertas feitas pela operação Spoofing, deflagrada em 2019, que expôs mensagens comprometedoras entre Sergio Moro e membros do Ministério Público, evidenciando um conluio na condução dos processos relacionados à investigação da Odebrecht na Lava Jato.

    A Novonor solicitou à Justiça a suspensão do acordo de leniência para avaliar possíveis danos à empresa decorrentes dessas ações coordenadas. Toffoli, embasado pelas informações obtidas até o momento na Operação Spoofing, destacou a existência de dúvidas razoáveis sobre a voluntariedade da empresa ao firmar o acordo de leniência.

    Essas revelações e desdobramentos apontam para uma crise profunda na credibilidade das investigações da Lava Jato e levantam questões sobre a legitimidade de suas conclusões. A suspensão das multas e a possibilidade de renegociação do acordo de leniência comprovam a seriedade das acusações levantadas por Tony Garcia e evidenciam a necessidade urgente de investigação e revisão dos processos conduzidos durante a operação.

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