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    Dilma: “Rodrigo Maia não tem compromisso com a democracia ou com o povo brasileiro”

    Em nota, a ex-presidente da República, Dilma Rousseff, repudiou a posição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que defendeu manter Jair Bolsonaro na Presidência. Ela diz: “os conservadores apoiam o bolsonarismo porque é o que garante aos ricos ficarem mais ricos, enquanto metade do país vive com menos da metade de um salário-mínimo"

    Dilma critica Rodrigo Maia, que defendeu Bolsonaro (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR | Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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    247 - A ex-presidente Dilma Rousseff criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), que defendeu Bolsonaro na presidência. Dilma disse: “a manifestação do presidente da Câmara em favor da manutenção do atual governo, feita no programa ‘Roda Viva’, diz mais sobre a sua percepção da política brasileira do que sobre o desejo de defender a democracia.”

    Leia a íntegra da nota da ex-presidente Dilma:  

    "Não surpreende as declarações do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) reiterando sua posição favorável ao meu impeachment e descartando a possibilidade de abrir um processo de afastamento de Jair Bolsonaro da Presidência da República. O deputado não tem compromisso com a democracia ou com o povo brasileiro. Seu compromisso é com a manutenção da atual política econômica, responsável pelo aumento da desigualdade social e com a agenda neoliberal nefasta imposta pelo ministro Paulo Guedes.

    A manifestação do presidente da Câmara em favor da manutenção do atual governo, feita no programa ‘Roda Viva’, diz mais sobre a sua percepção da política brasileira do que sobre o desejo de defender a democracia. “No caso do presidente Bolsonaro, não tenho elementos para tomar uma decisão agora sobre esse assunto”, disse Rodrigo Maia. “Impeachment é uma coisa que devemos tomar muito cuidado, não pode ser instrumento para solução e crises. Tem que ter um embasamento para essa decisão e não encontro ainda nenhum embasamento legal”.

    O presidente da República se atira contra as instituições democráticas, apoiando manifestações em defesa do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Negligencia o combate à pandemia, segurando o repasse de recursos a governadores e prefeitos. Nomeia um general intendente sem experiência na saúde pública para ocupar o Ministério da Saúde em meio à mais grave crise sanitária dos últimos 100 anos. Nada disso parece sensibilizar Rodrigo Maia e demonstra o caráter  pusilânime de sua liderança. 

    O parlamentar diz não ter convicções para apoiar um processo de impeachment contra um genocida como Jair Bolsonaro, mas não se furtou a defender meu afastamento do governo, mesmo sem crime de responsabilidade, como determina a Constituição Federal. Certamente porque as supostas divergências políticas que diz ter com Bolsonaro são de pequena monta já que não o impedem de manter cargos na estrutura do atual governo. Ou ainda assegurem que sua conduta dócil não afronte aos interesses reais das tropas bolsonaristas. Rodrigo Maia dança conforme a música.

    Sua visão utilitarista da política, que serve para a manutenção de privilégios e do status quo, tão ao gosto de conservadores como ele mesmo e os que o apoiam – as classes dominantes do país, incluindo seus braços político e empresarial –, é a mesma das oligarquias que governaram o país por mais de 500 anos.

    Também é a negação da esperança, da Justiça Social e da luta por um país mais justo e solidário. E, nos dias atuais, da defesa e da garantia da vida. É o que, sem dúvida, permitiu a ascensão de Jair Bolsonaro e da extrema-direita em 2018. Os conservadores apoiam o bolsonarismo porque é o que garante aos ricos ficarem mais ricos, enquanto metade do país vive com menos da metade de um salário-mínimo."

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