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Dono da empresa de quem Braga Netto comprou coletes balísticos é suspeito de participar do assassinato do presidente do Haiti

Polícia Federal vê na compra de 9.360 coletes da CTU Security LLC indícios de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa

Braga Netto (Foto: Isac Nóbrega/PR)

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247 - A Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta terça-feira (12) a Operação Perfídia, com o objetivo de investigar alegadas irregularidades no uso dos recursos destinados à intervenção federal no Rio de Janeiro, que totalizou R$ 1,2 bilhão. O general Walter Souza Braga Netto, nomeado como interventor, está sendo investigado e teve seu sigilo telefônico quebrado por ordem judicial. A investigação visa apurar os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais quando da contratação de uma empresa norte-americana pelo governo brasileiro para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço no ano de 2018, pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro. >>> Braga Netto assinou pedido de dispensa de licitação para compra investigada pela PF

A empresa fornecedora dos coletes é a CTU Security LLC, empresa sediada na Flórida, nos Estados Unidos, e presidida, segundo o Brasil de Fato, pelo empresário Antonio Emmanuel Intriago Valera, conhecido como Tony Intriago. Ele é investigado por participação no assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, dentro do palácio do governo, em 7 de julho de 2021. “Segundo relatos de autoridades da Flórida, em entrevista ao site Politico, Tony Intriago teria contratado mais de 20 ex-soldados da Colômbia para executar a morte do chefe de Estado haitiano. Na semana passada, chefe da Polícia Nacional do Haiti acusou Intriago de visitar o país várias vezes e de ser um dos integrantes de uma conspiração para matar Moïse, mas não forneceu mais informações”, diz reportagem datada de 22 de julho de 2021.

O texto ainda lembra que “durante 13 anos, de 2004 a 2017, cerca de 37 mil oficiais das Forças Armadas do Brasil foram deslocados para o Haiti”. Braga Netto não atuou naquele país, mas tem relação com militares estadunidenses, já que em 2011 foi designado adido militar do Comando do Exército junto à Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. “Braga Netto permaneceu em território norte-americano por aproximadamente três anos. Deixou o posto em 2013, quando retornou ao Brasil para atuar no esquema de segurança dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Menos de dois anos depois das Olimpíadas, em fevereiro 2018, Braga Netto foi nomeado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) como interventor federal no Rio de Janeiro. A intervenção seguiu até dezembro do mesmo ano. Em 2019, a Agência Pública de Jornalismo Investigativo mostrou que onze empresas privadas de segurança e tecnologia nacionais e internacionais assinaram cerca de R$ 140 milhões em contratos sem licitação com o governo brasileiro, todos destinados à intervenção no Rio de Janeiro”.

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