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    "É ridículo dizer que Lula e Bolsonaro são riscos iguais à democracia", diz Celso Rocha de Barros

    Para o sociólogo Celso Rocha de Barros , apesar do aumento da tensão no “quadro de radicalização criado pelo bolsonarismo” pelo fato do ex-presidente Lula ter sido colocado em liberdade e poder uniifcar a esquerda em oposição ao atual governo a tentativa de dizer que ele "e Bolsonaro representam riscos iguais para a democracia é ridícula.

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    247 - O sociólogo Celso Rocha de Barros destaca em sua coluna desta segunda-feira (11) no jornal Folha de S. Paulo que o fato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido colocado em liberdade elevou a tensão no “quadro de radicalização criado pelo bolsonarismo”, onde “muita gente tem medo de que a entrada em cena de um líder carismático de esquerda crie a mobilização popular que Bolsonaro sonha reprimir com um novo AI-5”. 

    “Boa parte dos apavorados é da turma que, nos últimos três anos, apostou em um impeachment e dobrou a aposta elegendo um defensor do Ustra. Se esses forem os moderados, estamos mal”,  observa Barros. 

    ‘E a tentativa de dizer que Lula e Bolsonaro representam riscos iguais para a democracia é ridícula. Lula nomeou ministros do Supremo que decidiram contra ele e contra o PT diversas vezes. Sob Bolsonaro, PGR passou a significar “Pra Gaveta Rápido”’, completa.

    “Mas talvez seja errado ler a semana passada como momento de radicalização. Afinal, Lula não foi solto por pressão da esquerda. A decisão do STF ser mais uma manifestação da reacomodação política em curso no Congresso, do pacto de governabilidade negociado no primeiro semestre”, avalia. “Dias Toffoli só colocou a segunda instância em julgamento porque sabia que era seguro”, diz. 

    Barros considera, ainda, que “essa reacomodação, diga-se, parece inevitável. Nós, brasileiros, encaminhamos muito mal a Lava Jato politicamente, quaisquer que tenham sido as realizações positivas da operação. Deixamos que se inaugurasse um ciclo de linchamentos seletivos altamente manipuláveis”.

    “Lula pode ter todo interesse do mundo em incendiar o bolsonarismo, mas não sei se tem interesse em incendiar a reorganização da política brasileira”, analisa. “Lula vai ter que aprender a fazer oposição nesse novo cenário. Ele não é mais o Lula de 1978, que podia contar com Ulysses conduzindo a transição”, finaliza.

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