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    Em áudio, Mauro Cid cita US$ 25 mil para Bolsonaro, venda de barco e palmeira e leilão de kit da Arábia

    O tenente-coronel sugeriu que era preciso evitar pagamentos a Jair Bolsonaro por meio de contas. Era dinheiro vivo ou em "cash", mostrou a gravação

    Tenente-coronel Mauro Cid na CPMI dos Atos Golpistas - 11.07.2023 (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

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    247 - Policiais federais tiveram acesso a um áudio em que o tenente-coronel Mauro Cid fala em US$ 25 mil supostamente endereçados a Jair Bolsonaro (PL). Investigadores apuram a venda ilegal de presentes para o ex-ocupante do Planalto. Em 2019, Bolsonaro e sua comitiva receberam uma palmeira e um barco folheados a ouro, durante visita oficial ao Bahrein, no continente asiático. A gravação também apontou que o militar fazia negociações para levar a leilão um dos kits recebidos na Arábia Saudita com relógio e joias masculinas. De acordo com a legislação, presentes devem pertencer ao Estado brasileiro, e não podem ser incorporados como patrimônio público. 

    No áudio, o tenente sugeriu que era preciso evitar pagamentos a Bolsonaro por meio de contas, mostrou uma reportagem no portal G1. A Polícia Federal citou uma conversa entre coronel e Marcelo Câmara, outro assessor do ex-ocupante do Planalto. Mauro Cid fala: "Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em 'cash' aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (...) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? (...)". Câmara responde, em mensagem de texto, sobre esse assunto. Diz: "Melhor trazer em cachê". Em seguida, manda uma outra mensagem: "Ok ciente".

    As investigações também apontaram envolvimento de familiares de Mauro Cid em negócios suspeitos. Pai do militar, o general Mauro Lourena Cid ficou encarregado de levar as esculturas de uma palmeira e um barco dourados até um avaliador e comprador em Miami, nos Estados Unidos. A mala contendo os dois estojos com os artefatos foi levada de Orlando, onde o avião com Bolsonaro pousou em dezembro, para Miami, a 390 km dali.

    O tenente Mauro Cid foi preso em maio durante uma operação da Polícia Federal contra fraudes em cartões de vacinação dele, da esposa, da filha mais nova de Bolsonaro, Laura, e do próprio ex-ocupante do Planalto. O coronel está detido no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (DF).

    Investigadores também apuram a participação do militar em tentativas de ruptura institucional. Uma minuta para um golpe de Estado no País com a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) encontrada este ano no celular dele previa estado de sítio "dentro das quatro linhas" da Constituição.

    As apurações também mostraram que três militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) repassaram ao tenente mensagens com detalhes da segurança de Lula nas viagens à China, a Brasília (DF), a Foz do Iguaçu (PR) e a Boa Vista (RR). O GSI investigará por que motivo os militares enviaram os recados.

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