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    Em carta ao embaixador no Brasil, entidades judaicas condenam 'ofensiva cruel' de Israel contra os palestinos

    Grupo formado por seis entidades judaicas também pede '"que todos os esforços sejam envidados em prol de um cessar-fogo imediato e de uma solução negociada para o atual conflito"

    Soldados israelenses seguram bandeira israelense em um tanque perto da fronteira de Israel com a Faixa de Gaza (Foto: REUTERS/Ronen Zvulun)

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    247 - Um grupo formado por seis entidades judaicas encaminhou uma carta ao embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, repudiando "a ofensiva cruel e violenta" feita pelo governo sionista de Benjamin Netanyahu em Gaza, que já deixou mais de 31 mil palestinos mortos, e afirmando estarem "alarmados com a iminência de um ataque" à cidade de Rafah, que faz fronteira com o Egito e é um dos últimos refúgios para os palestinos que foram obrigados a deixar suas casas diante da ofensiva irsraelense. 

    De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de são Paulo, o texto, que tem entre seus signatários os coletivos Judias e Judeus pela Democracia, Casa do Povo, Amigos Brasileiros do Paz Agora e o Coletivo de Mulheres Me Dê a Mão, também destaca que as "declarações imprudentes" de representantes do governo israelense "não apenas desumanizam os palestinos, mas também comprometem as boas relações historicamente mantidas com o governo brasileiro". 

    "Solicitamos que o governo de Israel e seus representantes ajam com a máxima responsabilidade internacional, para não inflamar ainda mais a política nacional ou ser exploradas por forças políticas anti-democráticas", diz um trecho do documento. No domingo (10), o primeiro-ministro israelense afirmou que não irá recuar da determinação de invadir Rafah, a despeito da pressão internacional sobre o temor de um agravamento da crise humanitária no enclave palestino e de uma escalada da guerra na região. 

    As entidades destacam, ainda, que “apesar da multiplicidade de nossos posicionamentos, hoje nos unimos para fazer um apelo urgente ao governo de Israel: instamos que todos os esforços sejam envidados em prol de um cessar-fogo imediato e de uma solução negociada para o atual conflito”. 

    Veja, abaixo, a íntegra da carta das entidades judaicas.

    "Exmo. Sr. Daniel Zohar Zonshine

    Nós, representantes de entidades judaicas atuantes no Brasil, expressamos nossa profunda preocupação em relação aos desdobramentos da atual incursão militar conduzida por Israel em Gaza. Especificamente, mas não só, estamos alarmados com a iminência de um ataque a Rafá, que representa o último refúgio naquela região.

    Além disso, estamos consternados com a aparente falta de prioridade demonstrada por certos membros do gabinete Netanyahu em relação ao retorno seguro dos reféns mantidos pelo Hamas, bem como com as declarações imprudentes desses representantes, especialmente do Ministro das Relações Exteriores. Tais declarações não apenas desumanizam os palestinos, mas também comprometem as boas relações historicamente mantidas com o governo brasileiro, além de colocar em risco a segurança da comunidade judaica em todo o mundo.

    Senhor embaixador, apesar da multiplicidade de nossos posicionamentos, hoje nos unimos para fazer um apelo urgente ao governo de Israel: instamos que todos os esforços sejam envidados em prol de um cessar-fogo imediato e de uma solução negociada para o atual conflito, incluindo o retorno seguro e imediato dos reféns mantidos pelo Hamas. Assim como condenamos o brutal ataque terrorista perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro do ano passado, lamentando as vidas ceifadas e expressando nossa profunda solidariedade com israelenses que foram violentadas, que perderam ou tiveram seus entes queridos sequestrados, repudiamos com indignação a ofensiva cruel e violenta perpetrada pelo exército israelense em Gaza.

    Além disso, solicitamos que o governo de Israel e seus representantes ajam com a máxima responsabilidade internacional, para não inflamar ainda mais a política nacional ou ser exploradas por forças políticas anti-democráticas, insuflando o antissemitismo e sua instrumentalização. Tais ações não apenas nos enfraquecem no Brasil, mas também contradizem os princípios do trabalho diplomático".

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