Em reunião com Lula, Campos Neto se oferecerá como ponte entre governo e Congresso
Presidente do Banco Central avalia que pode colaborar no diálogo com a oposição bolsonarista na Câmara e no Senado a fim de auxiliar na aprovação de medidas econômicas estratégicas
247 - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, está prestes a se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. Nesse encontro, que acontecerá às 17h30, será acompanhado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O objetivo declarado da reunião é 'distensionar' a relação entre o governo e o Banco Central, buscando uma maior harmonia nas decisões econômicas.
De acordo com a colunista Malu Gaspar do jornal O Globo, Campos Neto pretende se colocar como um interlocutor privilegiado do Congresso, capaz de auxiliar o governo na elaboração de estratégias e na aprovação de medidas econômicas relevantes para o país. Ele pretende a demonstrar que pode fornecer informações e colaborar ativamente com o governo, especialmente no que diz respeito à oposição bolsonarista, onde possui uma rede de contatos.
A solicitação para esse encontro partiu do próprio presidente do Banco Central e foi aceita por Lula. Vale destacar que essa será a primeira reunião entre os dois desde dezembro do ano passado, durante o período de transição do governo. Desde então, a relação entre ambos se deteriorou, principalmente em relação às decisões do Banco Central de manter as taxas de juros elevadas, uma medida criticada por Lula e por parte do PT.
Mesmo após a primeira decisão do Banco Central de reduzir a taxa de juros, Lula retomou as críticas e expressou preocupação com as altas taxas de juros - a redução de apenas 0,5 ponto percentual foi considerada insuficiente. Em um evento em Fortaleza, ele enfatizou a importância de ter recursos disponíveis para investimento a juros mais baixos, salientando que o presidente do Banco Central deve agir em prol do Brasil e não de outros países.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic pela segunda vez consecutiva, diminuindo-a em 0,5 ponto percentual e estabelecendo-a em 12,75% ao ano.
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