Esquema das joias sauditas teve foto com reflexo de Lourena Cid e Wassef se escondendo atrás de poste
As informações constam no relatório final do inquérito da Polícia Federal, tornado público na segunda-feira
247 – Após o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenar a devolução das joias sauditas ao acervo da Presidência da República, ex-auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) viajaram ao exterior para recuperar os objetos. O objetivo era ocultar evidências de que os itens haviam sido levados a outro país e vendidos.
As informações estão no relatório final do inquérito da Polícia Federal sobre um suposto esquema de desvio de joias do acervo presidencial, tornado público na segunda-feira (8).
Durante a investigação, a Polícia Federal constatou que o tenente-coronel Mauro Cid apagou mensagens de WhatsApp trocadas com o ex-assessor de Bolsonaro sobre a recuperação dos presentes entregues durante uma viagem oficial à Arábia Saudita em 2019.
Mesmo com as mensagens deletadas, Cid havia enviado o mesmo conteúdo, incluindo fotos dos itens e dos certificados de autenticidade das joias, para outra conta no aplicativo.
Em uma das fotos que constavam no app, aparece o reflexo do pai de Mauro Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid.
Frederick Wassef, ex-advogado de Bolsonaro, também foi aos Estados Unidos para comprar de volta um Rolex vendido pelo ex-mandatário e trazer o item de volta ao Brasil, onde seria devolvido ao TCU. Na ocasião, Wassef encontrou-se com o ex-presidente e foi assediado pelos seguidores de Bolsonaro.
"Era assim: um bolinho de gente lá tirando foto com ele, outro bolo igual tirando foto comigo, foi a coisa mais louca que eu vi na minha vida, cara. Isso do... isso porque eu tava do outro lado da calçada. De escondidinho, atrás de um poste pra não ser visto, mas não teve jeito. Puta que pariu! Fodeu!", disse em áudio enviado à namorada.
Para ir aos EUA, Wassef também procurou por um assento “escondido” no avião para evitar ser identificado.
Conforme o relatório da Polícia Federal, os presentes oficiais foram vendidos e o dinheiro foi entregue em espécie ao ex-mandatário. O valor total dos itens investigados no caso chega a US$ 1.227.725,12, aproximadamente R$ 6,8 milhões. (Com informações do UOL).
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