"Eu fiz questão de não trazer a guerra para o G20", diz Lula sobre foco em temas sociais
Presidente destaca desigualdades e fome como prioridades: "São os invisíveis do mundo que as pessoas não enxergam"
247 - Na véspera da abertura do G20, que teve início nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva justificou a decisão de não colocar as guerras como tema central das discussões do bloco. Em entrevista à Globonews, Lula destacou que sua escolha foi pautada por uma visão estratégica voltada às necessidades dos mais vulneráveis, em vez de concentrar as atenções nos conflitos armados globais.
"Eu acho que eu fiz questão de não trazer a guerra para o G20 porque senão nós não iríamos discutir outras coisas que são importantes para o povo que não está em guerra, que é o povo pobre, que são os invisíveis do mundo que muitas vezes as pessoas não enxergam", afirmou o presidente.
Lula enfatizou que a prioridade de sua agenda é voltada para questões como a fome, desigualdade racial e de gênero, além de outros desafios sociais que afetam bilhões de pessoas ao redor do mundo. Para ele, o debate sobre guerras, embora relevante, não deve ofuscar as necessidades dos mais desfavorecidos.
"São as pessoas que estão com fome, as pessoas que são desprezadas, as vítimas da desigualdade racial, as mulheres vítimas da política de gênero. Por isso eu fiz questão de trazer esses temas ao invés de trazer as guerras", explicou Lula.
Apesar de evitar centralizar os conflitos armados nas discussões, o presidente reafirmou o compromisso do Brasil e do G20 com a busca pela paz em regiões de conflito. "A gente vai dar uma recomendação de que nós queremos a paz na Faixa de Gaza, queremos a paz no Líbano, a paz na Ucrânia e nós queremos acabar com todas as guerras", disse ele.
Lula também chamou a atenção para o impacto econômico global dos conflitos armados. "É importante lembrar que desde 1945 a gente não tem tantos conflitos como a gente tem hoje. É importante lembrar que no último ano foram gastos mais de US$ 2 trilhões com armas e com guerras", alertou o presidente, criticando o uso de recursos que poderiam ser investidos em soluções para problemas sociais e ambientais.
O encontro do G20 no Rio de Janeiro acontece em um momento de grande tensão global, com conflitos armados em diversas partes do mundo e uma crescente preocupação com a escalada da violência. Lula espera que o evento sirva como um espaço de diálogo para promover a paz e, sobretudo, colocar no centro do debate as demandas dos povos historicamente marginalizados.
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