Ex-PM estava preso por homicídio quando Flávio Bolsonaro o homenageou
O ex-policial militar Adriano Nóbrega, foragido e suspeito de chefiar uma milícia na zona oeste do Rio de Janeiro e também suspeito de assassinar a vereadora Marielle Franco, estava preso quando foi homenageado pelo deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com a Medalha Tiradentes, mais alta honraria da Assembleia Legislativa; mesmo após ser acusado pelo homicídio do guardador de carro Leandro dos Santos, o filho do presidente considerou Adriano merecedor da homenagem
247 - O ex-policial militar Adriano Nóbrega, 42, hoje foragido e suspeito de chefiar uma milícia na zona oeste do Rio de Janeiro e suspeito de assassinar a vereadora Marielle Franco, estava preso quando foi homenageado pelo deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com a Medalha Tiradentes, mais alta honraria da Assembleia Legislativa. Flávio é o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. A reportagem é da Folha de S.Paulo.
Em janeiro de 2004, Adriano foi preso preventivamente, acusado pelo homicídio do guardador de carro Leandro dos Santos Silva, 24. O então policial chegou a ser condenado no Tribunal do Júri em outubro de 2005, mas conseguiu recurso para ter um novo julgamento, foi solto em 2006 e absolvido no ano seguinte.
Nesse meio-tempo, em junho de 2005, o filho do presidente considerou Adriano merecedor da homenagem. Entre outras razões, de acordo com Flávio, por esse PM ter êxito ao prender 12 "marginais" no morro da Coroa, no centro, além de apreender diversos armamentos e 90 trouxinhas de maconha.
Flávio Bolsonaro já havia homenageado o policial em outubro de 2003, quando apresentou moção de louvor em seu favor. Segundo o senador eleito, Adriano desenvolvia sua função com "dedicação, brilhantismo e galhardia".
Três meses depois, Adriano foi preso junto a outros dez policiais militares pelo assassinato de Leandro. Morador de Parada de Lucas, na zona norte carioca, o jovem havia denunciado os agentes no dia anterior pela prática de extorsão e ameaça.
Segundo a acusação, os policiais mataram o jovem e alteraram a cena do crime para tentar forjar um auto de resistência —quando o agente mata em confronto. Testemunhas, contudo, apontaram que o rapaz fora morto sem ameaçar os policiais.
Oito meses depois da absolvição, em setembro de 2007, a mulher do ex-policial militar, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, foi nomeada assessora do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde ficou empregada até novembro passado. Ao longo desse período, Adriano seguiu acumulando uma série de acusações em sua ficha criminal e agora encontra-se foragido da polícia.
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