Ex-secretário de segurança do DF afirma que Torres "não deu nenhuma orientação" sobre atos terroristas de 8/1
Fernando de Sousa Oliveira afirmou que Anderson Torres teria dito que deixaria o protocolo de ação assinado e que se fosse 'preciso' ele seria acionado
247 - O ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Fernando de Sousa Oliveira afirmou, durante depoimento à CPI que investiga os atos antidemocráticos em Brasília na Câmara Legislativa do DF que o então responsável pela pasta, Anderson Torres, saiu de férias sem deixar “nenhuma orientação específica” sobre os atos terroristas que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
“Ele [Anderson Torres] tinha me demandado a questão dessa operação dos dias 7, 8 e 9. Me apresentou o protocolo de ação integrada, que reúne as ações das forças policiais, e disse que deixaria o protocolo de ação assinado, mas não me deixou nenhuma orientação específica. Ele disse: ‘Vou assinar e se precisar do senhor, irei demandá-lo'”, disse Fernando, de acordo com o Metrópoles.
Oliveira foi alvo de duras críticas por ter enviado uma mensagem de áudio para o governador do DF, Ibaneis Rocha , uma hora antes da invasão afirmando que a movimentação dos extremistas era “tranquila”.
“A maioria dos informes que eu recebia era de um ambiente tranquilo, calmo. Recebi informes que posso ler aqui, sem falar o nome do policial. ‘Situação tranquila e sem alteração’. Isso me foi repassado por policiais in loco, com imagens. Todos os termos que eu transmiti eram idênticos às mensagens me passadas no grupo. Não fiz juízo de valor, tirei dos grupos de inteligência”, disse Oliveira ao ser questionado sobre o assunto.
Na quarta-feira (1) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu manter a prisão preventiva de do ex-secretário Anderson Torres, investigado no inquérito dos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
No dia 12 do mesmo mês, Torres foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que encontrou um documento com estratégias para questionar o resultado da eleição e justificar uma intervenção militar. Torres deverá ser ouvido pela CPI na próxima quinta-feira (9).
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