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    Fávaro manifesta apoio ao boicote promovido por frigoríficos brasileiros contra o Carrefour

    A medida veio em represália ao anúncio do CEO da rede varejista francesa, Alexandre Bompard, de que o Carrefour deixará de comprar carne brasileira

    Carlos Fávaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

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    247 - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou apoio às indústrias frigoríficas brasileiras que decidiram suspender negócios com o Carrefour no Brasil. A medida veio em represália ao anúncio do CEO da rede varejista francesa, Alexandre Bompard, de que o Carrefour deixará de comprar carne brasileira para suas unidades na França, alegando preocupações sanitárias.

    “Estou feliz com a atitude de nossas plantas frigoríficas. Se para o povo francês o Carrefour não serve para comprar carne brasileira, o Carrefour que também não compre carne brasileira para colocar em suas gôndolas aqui no Brasil”, declarou Fávaro em entrevista à GloboNews.

    Qualidade da carne brasileira em destaque

    O ministro criticou duramente as alegações feitas pelo executivo francês. “O primeiro parágrafo da manifestação dele é com relação à qualidade sanitária das carnes brasileiras, o que é inadmissível. O Brasil tem uma das melhores sanidades de produtos alimentícios do mundo. Não dá nem para comparar com a qualidade francesa de tão melhor que é a brasileira”, afirmou.

    Apesar da polêmica, a importância da União Europeia para as exportações de carne brasileira tem diminuído nas últimas décadas. Dados do Ministério da Agricultura indicam que o bloco europeu respondeu por apenas 2,79% das exportações de carne bovina do Brasil em 2024, com a França representando 0,53% desse total.

    Carrefour nega desabastecimento

    O boicote já impacta as operações do Carrefour no Brasil, segundo fontes do mercado, com estimativas de que cerca de 500 caminhões de carne bovina deixaram de ser entregues às lojas da rede. Relatos indicam problemas de desabastecimento em 150 unidades.

    Em nota, o Carrefour negou qualquer falta de produtos: “Tal alegação, veiculada sem identificação de fonte, contribui para a desinformação. A comercialização do produto ocorre normalmente nas lojas.” Porém, em um comunicado posterior, admitiu que a suspensão dos fornecimentos impacta seus clientes. “Estamos em diálogo constante na busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível”, afirmou.

    Tensão com empresas francesas

    A polêmica não se restringe ao Carrefour. Empresas francesas têm adotado posições críticas em relação a produtos brasileiros em meio às discussões sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

    No último domingo (24), o CEO da Tereos, Olivier Leducq, se manifestou contra o acordo em seu perfil no LinkedIn, argumentando que ele criaria uma situação de “concorrência desleal” para os agricultores franceses. Em resposta, representantes do agro brasileiro iniciaram um boicote ao açúcar Guarany, marca da Tereos no Brasil.

    Apesar da crescente tensão, o governo brasileiro tem evitado transformar o caso em um incidente diplomático. O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, reforçou que a questão está restrita ao setor privado. “O governo só se manifestou no sentido de rebater a questão sobre a qualidade, sanidade e sustentabilidade de nossas proteínas”, disse.

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