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    "Forças Armadas estão orientadas a auxiliar a decisão da Justiça", diz Múcio sobre operação da PF que tem militares como alvo

    “Decisão da Justiça se cumpre”, disse o ministro da Defesa

    Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

    247 - O Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que as Forças Armadas estão orientadas a colaborar no cumprimento das decisões judiciais relacionadas aos militares e outros alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira (8) pela Polícia Federal, no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro do ano passado.

    "As Forças Armadas estão orientadas a auxiliar a decisão da Justiça”, disse Múcio ao jornal O Globo. “Decisão da Justiça se cumpre”, completou. A operação tem ao menos quatro oficiais da ativa, o que levou a Polícia Federal a solicitar a participação de um oficial das Forças Armadas para acompanhar os mandados na vila militar. >>> Urgente: PF vai para cima de Heleno e Braga Netto

    Ao todo, 16 militares - incluindo generais e ex-comandantes das Forças Armadas do governo Jair Bolsonaro (PL) são alvo de mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Jair Bolsonaro também está entre os alvos da ação da PF desta quinta-feira.

    Ainda segundo a reportagem, Múcio admitiu que a operação, alcançou nomes próximos ao ex-mandatário, incluindo dois ex-ministros da Defesa, os generais Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos.

    Nota da Polícia Federal – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

    Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

    Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

    O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

    O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

    O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

    Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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