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Freire Gomes nega ter sido omisso e diz que atuou para barrar intentona golpista

Ex-comandante do Exército tem dito a interlocutores que uma atuação junto ao Alto Comando era mais efetiva do que denunciar ao STF as intenções de Jair Bolsonaro e seus aliados

general Marco Antonio Freire Gomes (Foto: Alan Santos/PR)

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247 - O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, tem dito a amigos e interlocutores que não se omitiu diante da articulação golpista feita por Jair Bolsonaro (PL) e aliados próximos. De acordo com a coluna do jornalista Tales Faria, do UOL, o militar tem argumentado que atuou junto aos colegas de farda para barrar a possibilidade de um golpe e que “uma atuação junto ao Alto Comando era mais efetiva do que denunciar, digamos, ao Supremo Tribunal Federal (STF), as intenções do então presidente da República”.

A trama golpista foi urdida no Palácio do Planalto e veio à tona com a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Uma reunião realizada no início de dezembro de 2022 teria sido o palco da apresentação, por parte de Bolsonaro, da minuta do golpe aos comandantes das Forças Armadas. Em seu depoimento à Polícia Federal (PF), Cid revelou que o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria se mostrado disposto a aderir a intentona golpista, mas Freire Gomes teria recusado participar do plano.

“A amigos, Freire Gomes tem dito que se denunciasse ao STF as intenções do então chefe do Executivo simplesmente criaria uma crise institucional no país, com chances de acabar propiciando uma ruptura, que era exatamente o que Bolsonaro pretendia”, destaca a reportagem. O argumento do ex-comandante do Exército deverá ser apresentado à Polícia Federal em seu depoimento para justificar que ele não foi omisso e nem prevaricou, mas que usou o posto que ocupava para atuar contra um golpe de Estado junto aos colegas do generalato.

Ainda conforme a reportagem, o atual comandante do Exército, general Tomás Paiva, poderá ser chamado como testemunha a favor de Freire Gomes. Em uma entrevista recente, Paiva disse que Freire Gomes, como comandante do Exército, “não tinha opção".

A atuação de Freire Gomes enraiveceu o então candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, general Walter Braga Netto. Em uma mensagem a um militar amigo, Braga Netto teria sugerido que a "cabeça" de Freire Gomes fosse oferecida aos leões, chamando-o de "cagão" e atribuindo sua "omissão e indecisão, que não cabem a um combatente", ao insucesso dos bolsonaristas.

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