FUP: é preciso mudar a lógica de contratação da Petrobrás, em relação às empresas prestadoras de serviços
A entidade solicitou uma reunião com a estatal após acidentes ocorridos na última semana, que mataram três trabalhadores
247 - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) quer mudanças no sistema de contratação de empresas prestadoras de serviços à Petrobrás, a fim de que os processos de licitações, além de preços e cláusulas financeiras, garantam também questões importantes como condições de trabalho, saúde e segurança aos empregados. A proposta foi apresentada pelos petroleiros em reunião realizada nesta terça-feira, 15, com representantes da Petrobrás para discutir medidas efetivas de melhorias na política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) da empresa.
A reunião, com a diretora de Assuntos Corporativos da Petrobrás, Clarice Coppetti, e representantes da alta gestão de SMS da empresa, foi solicitada pela FUP após acidentes ocorridos na última semana, que mataram três trabalhadores. Entre as medidas, será criado um Grupo de Trabalho para analisar e debater sobre as condições de trabalho dos prestadores de serviços.
Cibele Vieira, diretora da FUP e coordenadora-geral do Sindicato dos Petroleiros Unificado de São Paulo, frisou que “o movimento sindical levou para a Petrobrás o olhar de que grande parte dos acidentes e incidentes que estão acontecendo na empresa são relacionadas às condições de trabalho dos prestadores de serviço e à lógica da contratação”, lembrando que as licitações costumam optar pelo menor preço, mas nem sempre se preocupam com as condições de trabalho. “Precisamos também aumentar o efetivo próprio, por meio de concursos públicos”, completa.
Paulo Neves, diretor da FUP e do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), destacou que “a política de SMS da Petrobrás é antiga. No papel, ela é muito bonita, mas na prática peca em alguns quesitos. Além do modelo de contratação, que busca o menor preço, maximizando o lucro das empresas do sistema, tem como consequência a precarização das relações de trabalho, prejudicando a saúde e segurança dos prestadores de serviço. Não podemos normalizar que o lucro da empresa esteja acima da saúde dos trabalhadores”.
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