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    Golpe contra Dilma deixa o Brasil mais pobre do que há dez anos

    Há dez anos, as classes D/E - das quais fazem parte famílias com rendimentos mensais de até R$ 3,1 mil - representavam 49% da população. Agora, são 55%

    (Foto: Jorge Araujo/Fotos Publicas)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - Os brasileiros chegarão ao fim de 2022 mais pobres do que há dez anos, diz um levantamento da Tendências Consultoria. As classes D/E - das quais fazem parte famílias com rendimentos mensais de até R$ 3,1 mil - representam atualmente 55,4% da população. Em 2012, o percentual era de 48,7%. A pesquisa considerou, para estimar a renda, "ganhos com trabalho, previdência, programas de transferência de renda, investimentos, juros e aluguéis. A classe A, por exemplo, tem renda mensal domiciliar superior a R$ 23,2 mil", informa reportagem do jornal O Globo.

    Analista da Tendências, o economista Lucas Assis, especializado em mercado de trabalho e estudos regionais de classes, explica que o empobrecimento da população está diretamente relacionado ao enfraquecimento do mercado de trabalho e, consequentemente, ao aumento do desemprego. "Como a classe média é muito dependente do rendimento do trabalho, a conjuntura econômica do Brasil na última década acabou jogando os mais vulneráveis deste grupo para a camada mais pobre da população".

    Segundo Assis, os brasileiros ainda sofrem com o impacto da recessão econômica de 2015-2016, exatamente o período em que se iniciou em Brasília a articulação para o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que deixou o poder no primeiro semestre de 2016. Além disso, o Brasil - e o mundo - passou por uma pandemia neste período.  "Houve migração das famílias de classe média para as classes mais baixas. O Brasil, assim como outros países de economia emergente, tem uma parte da classe média muito próxima da situação de pobreza. Estavam na classe média, mas eram vulneráveis. Voltam por causa de saúde, desemprego, aposentadoria. São famílias à mercê dos ciclos econômicos".

    A reportagem ainda destaca que nem mesmo o Auxílio Emergencial ou o reforço do Auxílio Brasil, que foi turbinado por Jair Bolsonaro (PL) às vésperas da eleição para garantir mais votos, foram capazes de conter o empobrecimento da população. " s camadas mais pobres da população brasileira cresceram também durante essa gestão — passaram de 50,6% em 2018 para 55,4% agora".

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