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    Golpe de 1964 é 'marco para a democracia', diz ministério da Defesa

    "O Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira. O Brasil reagiu com determinação às ameaças que se formavam àquela época", diz documento assinado pelo ministro Fernando Azevedo e por chefes das Forças Armadas sobre o Golpe Militar que resultou em ditadura de 21 anos

    (Foto: Arquivo | Agência Brasil - EBC)

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    247 - O Ministério da Defesa divulgou nesta segunda-feira, 30, documento em que homenageia o Golpe Militar de 1964 e diz que "o movimento é um marco para a democracia brasileira".

    A ordem do dia assinada pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, não ressalta o caráter autoritário do regime militar, a falta de liberdade civis ou a tortura.

    "O entendimento de fatos históricos apenas faz sentido quando apreciados no contexto em que se encontram inseridos", afirma o texto, que também é assinado pelo comandante do Exército, Edson Leal Pujol; da Marinha, Ilques Barbosa Junior; e da Aeronáutica, Antônio Bermudez. 

    "As instituições se moveram para sustentar a democracia, diante de pressões de grupos que lutavam pelo poder. As instabilidade recrudesciam e se disseminavam sem controle", diz o texto, sem citar nominalmente as disputas do governo João Goulart.

    "A sociedade brasileira, os empresários e a imprensa entenderam as ameaças daquele momento, se aliaram e reagiram", continua a ordem do dia, afirmando que as Forças Armadas assumiram a responsabilidades "com todos os desgastes previsíveis".

    Leia, abaixo, a nota na íntegra:

    Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964

    Brasília, DF, 31 de março de 2020.

    O Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira. O Brasil reagiu com determinação às ameaças que se formavam àquela época.

    O entendimento de fatos históricos apenas faz sentido quando apreciados no contexto em que se encontram inseridos. O início do século XX foi marcado por duas guerras mundiais em consequência dos desequilíbrios de poder na Europa. Ao mesmo tempo, ideologias totalitárias em ambos os extremos do espectro ideológico ameaçavam as liberdades e as democracias. O nazifascismo foi vencido na Segunda Guerra Mundial com a participação do Brasil nos campos de batalha da Europa e do Atlântico. Mas, enquanto a humanidade tratava os traumas do pós-guerra, outras ameaças buscavam espaços para, novamente, impor regimes totalitários.

    Naquele período convulsionado, o ambiente da Guerra Fria penetrava no Brasil. Ingredientes utópicos embalavam sonhos com promessas de igualdades fáceis e liberdades mágicas, engodos que atraíam até os bem-intencionados. As instituições se moveram para sustentar a democracia, diante das pressões de grupos que lutavam pelo poder. As instabilidades e os conflitos recrudesciam e se disseminavam sem controle.

    A sociedade brasileira, os empresários e a imprensa entenderam as ameaças daquele momento, se aliaram e reagiram. As Forças Armadas assumiram a responsabilidade de conter aquela escalada, com todos os desgastes previsíveis.

    Aquele foi um período em que o Brasil estava pronto para transformar em prosperidade o seu potencial de riquezas. Faltava a inspiração e um sentido de futuro. Esse caminho foi indicado. Os brasileiros escolheram. Entregaram-se à construção do seu País e passaram a aproveitar as oportunidades que eles mesmos criavam. O Brasil cresceu até alcançar a posição de oitava economia do mundo.

    A Lei da Anistia de 1979 permitiu um pacto de pacificação. Um acordo político e social que determinou os rumos que ainda são seguidos, enriquecidos com os aprendizados daqueles tempos difíceis.

    O Brasil evoluiu, tornou-se mais complexo, mais diversificado e com outros desafios. As instituições foram regeneradas e fortalecidas e assim estabeleceram limites apropriados à prática da democracia. A convergência foi adotada como método para construir a convivência coletiva civilizada. Hoje, os brasileiros vivem o pleno exercício da liberdade e podem continuar a fazer suas escolhas.

    As Forças Armadas acompanharam essas mudanças. A Marinha, o Exército e a Aeronáutica, como instituições nacionais permanentes e regulares, continuam a cumprir sua missão constitucional e estão submetidas ao regramento democrático com o propósito de manter a paz e a estabilidade.

    Os países que cederam às promessas de sonhos utópicos, ainda lutam para recuperar a liberdade, a prosperidade, as desigualdades e a civilidade que rege as nações livres.

    O Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira. Muito mais pelo que evitou.

    Fernando Azevedo e Silva - Ministro da Defesa

    Ilques Barbosa Junior - Comandante da Marinha

    Edson Leal Pujol - Comandante do Exército

    Antônio Bermudez - Comandante da Aeronáutica

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