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    Golpistas planejavam alegar "fraude eleitoral" para derrubar Lula e manter Bolsonaro no poder, diz PF

    Elemento central da trama seria a execução de mandados coercitivos e a ampla divulgação publicitária das ações do novo regime com viés autoritário

    Lula e Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Ricardo Stuckert | Reuters)

    247 - As investigações da Polícia Federal (PF) sobre o planejamento de um golpe de Estado em 2022, supostamente articulado por uma organização criminosa com o objetivo de anular as eleições e impedir a posse do presidente Lula (PT), incluía a propagação de uma narrativa global de “fraude eleitoral” como justificativa para afastar Lula e manter Jair Bolsonaro (PL) no poder. Segundo o Metrópoles, um elemento central da trama seria a execução de mandados coercitivos e a ampla divulgação publicitária das ações do novo regime, com o objetivo de destruir as bases da democracia brasileira.

    Entre as evidências apresentadas, destaca-se a chamada "minuta do golpe", um decreto ilegal redigido e ajustado que teria tido a participação direta do próprio Jair Bolsonaro. Segundo a PF, mensagens trocadas entre o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, confirmam que o ex-mandatário realizou alterações no documento para torná-lo mais objetivo.

    Em uma das comunicações analisadas, Mauro Cid relata que Bolsonaro enfrentava "pressões para tomar uma medida mais pesada" por parte de deputados favoráveis ao golpe. Além disso, a PF apurou que, no dia 9 de dezembro de 2022, Bolsonaro teria se reunido com o general Estevam Cals Theofilo para discutir o apoio militar à execução do plano.

    A investigação trouxe à tona um aspecto ainda mais alarmante da conspiração: o plano de assassinato de Lula, seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Batizada de “Punhal Verde e Amarelo”, a operação foi discutida em 12 de novembro na casa do general Braga Netto e incluía métodos como envenenamento e o uso de artefatos explosivos.

    Documentos impressos no Palácio do Planalto durante o governo Bolsonaro, e posteriormente transferidos para o Palácio da Alvorada, descreviam detalhadamente os planos de execução. Lula era identificado pelo codinome “Jeca” e Alckmin como “Joca”.

    Conforme o relatório da PF, "a possibilidade de envenenamento ou uso de químicos para causar colapso orgânico" era considerada para atingir Lula, enquanto Moraes seria alvo de um atentado em evento público, com explosivos ou métodos semelhantes. Entretanto, os conspiradores avaliaram que o risco de “danos colaterais” e a probabilidade de fracasso eram altos.

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