Governo Doria suspeita de uso político por Bolsonaro da suspensão de teste da Coronavac
O governo de São Paulo não foi avisado sobre a suspensão de testes da vacina chinesa Coronavac e se generaliza o temor de que a medida seja usada politicamente para retardar a aprovação do imunizante e o cronograma de vacinação
247 - A suspensão do teste clínico da vacina chinesa Coronavac gerou desconforto e estranheza no governo paulista, que teme que o episódio seja usado politicamente para retardar o cronograma de aprovação do imunizante e a vacinação.
O governo de São Paulo só ficou sabendo da suspensão do teste clínico nesta segunda-feira (9), por meio de nota, em horário nobre de noticiários de televisão, no mesmo dia em que pela manhã, o governador João Doria havia inaugurado as obras da fábrica de vacinas que produzirá em larga escala a Coronavac, caso tudo dê certo, no Brasil a partir de setembro do ano que vem, informa o jornalista Igor Gielow na Folha de S.Paulo.
Doria também havia anunciado a chegada do primeiro lote da vacina, 120 mil das 6 milhões de doses prontas importadas da China, para o dia 20 de novembro.
Segundo a Anvisa, ocorreu a morte de um voluntário de 33 anos de São Paulo. Para o diretor do Butantan, Dimas Covas, o óbito não teve nenhuma relação com a vacina. Não há detalhes do ocorrido devido ao sigilo médico envolvido em ensaios deste tipo.
Autoridades paulistas temem que haja direcionamento político de ações da Anvisa na luta que Jair Bolsonaro move contra o governador de São Paulo.
Negacionista em relação à pandemia e oponente ideológico à China, Bolsonaro colocou o governador de São Paulo e a vacina Coronavac no alvo de suas ações.
Generaliza-se o temor de que Bolsonaro use decisões técnicas para atrasar o cronograma de aprovação da vacina e da vacinação por motivos políticos.
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