Guedes diz que governo vai agir quando Brasil passar de 1,3 mil mortos por dia
"Se a pandemia faz a segunda onda, com mais de 1,5 mil, 1,6 mil, 1,3 mil mortes, saberemos agir com o mesmo tom decisivo, mas temos que observar se é o caso ou não", disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, ignorando a falta de coordenação federal para o combate à pandemia em um País onde cidades da Região Norte sofrem até com desabastecimento de oxigênio
247 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (26) que o governo Jair Bolsonaro saberá agir com os estímulos necessários caso o Brasil tenha mais de 1,3 mil mortes diárias por coronavírus. O maior número registrado em um dia aconteceu em 4 de agosto do ano passado, quando foram contabilizados 1.394 óbitos por Covid-19. Em 8 de janeiro deste ano, foram documentadas 1.379 mortes.
"Se a pandemia faz a segunda onda, com mais de 1,5 mil, 1,6 mil, 1,3 mil mortes, saberemos agir com o mesmo tom decisivo, mas temos que observar se é o caso ou não", disse o titular da pasta, após lembrar do auxílio emergencial concedido pelo governo em 2020, durante congresso virtual promovido pelo Credit Suisse. Seu relato foi publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, a média móvel de mortes ficou em 1.055 nessa segunda-feira (25) - tratam-se de registros de oscilações dos últimos sete dias, sendo eliminadas distorções entre uma quantidade alta de meio de semana e baixa de fim de semana.
"Se a doença volta, temos um protocolo de crise, que foi aperfeiçoado", afirmou Guedes, dizendo que o protocolo estaria previsto numa cláusula de calamidade pública na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do pacto federativo.
A falta de coordenação para o combate ao coronavírus atrasou a vacinação no Brasil, que teve início em 18 deste mês, em São Paulo. Além das violações de recomendações de autoridades de saúde por Bolsonaro, as críticas ao governo aumentaram neste mês de janeiro depois de ser constatado desabastecimento de oxigênio em Manaus (AM).
Documentos apontaram que o ministério da Saúde, atualmente comandado pelo general Eduardo Pazuello, sabia do cenário crítico sobre o sistema de saúde na capital amazonense oito meses antes da falta de oxigênio em hospitais da cidade. Assessor especial do ministro, Aírton Antônio Soligo aparece na tabela de gastos da pasta com viagem marcada para Manaus entre os dias 3 e 5 de maio de 2020.
A Advocacia-Geral da União (AGU) também havia informado ao Supremo Tribunal Federal que o governo Bolsonaro sabia do iminente colapso do sistema de saúde amazonense 10 dias antes da crise.
Em outra manifestação, o procurador da República Igor Spindo disse que a causa principal para a falta de oxigênio e, unidades hospitalares no começo deste mês foi a interrupção do transporte deste insumo pela Força Aérea Brasileira (FAB). Não se sabe por ordem de quem.
Cidades de outros estados, como o Pará, também enfrentam problemas de desabastecimento de oxigênio.
Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking global de casos de coronavírus (8,8 milhões), atrás de Índia (10,6 milhões) e Estados Unidos (25,8 milhões). De acordo com a plataforma Worldomters, o governo brasileiro também contabiliza a segunda maior quantidade de mortes (217 mil) - nesta estatística, os EUA também ficam na primeira posição (431 mil).
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