Haddad alerta para "efeitos sociais perversos” de postura antiglobalização prometida por Trump
Segundo o ministro, medidas propostas por Donald Trump criam um cenário complexo
247 - Em entrevista à emissora norte-americana CNBC, exibida no último domingo (17), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a postura antiglobalização dos Estados Unidos, atribuída à influência das políticas defendidas por Donald Trump. O ministro destacou que as medidas propostas por Trump, incluindo taxação de importações e isenção fiscal para super-ricos, podem gerar "efeitos sociais perversos", informa o Estadão Conteúdo.
“É uma política bastante antiglobalização. Os Estados Unidos patrocinaram, nos anos 80, a globalização, o Consenso de Washington e tal. E agora, como eles não levaram a melhor, não deu o resultado que esperavam, porque surgiram novos atores, sobretudo a China, estão em uma postura antiglobalização agora”, afirmou Haddad. Ele destacou, ainda, que tais políticas incluem "deportação de trabalhadores, taxação à importação e isenção de impostos de super-ricos", criando um cenário complexo em meio a um déficit público elevado nos Estados Unidos.
O ministro pontuou que há diferenças significativas entre as promessas de campanha e as políticas efetivamente implementadas, citando como exemplo o "muro" entre os Estados Unidos e a China, que, segundo ele, "ficou no papel". Haddad também mencionou o temor global em relação ao discurso de campanha de Trump, mas adotou um tom cauteloso ao afirmar que a "vida real" muitas vezes modera intenções políticas radicais.
“Eu suponho, com alguma razão, que a vida real acaba moderando esse tipo de arroubo eleitoral. Então, vamos ver o que de fato vai acontecer e vamos reagir concretamente, e não abstratamente”, declarou.
Impacto para o Brasil - Questionado sobre como o governo brasileiro deve reagir a eventuais mudanças no cenário comercial global, Haddad afirmou que ainda é cedo para antecipar medidas. "Não é possível prever todas as consequências no curto prazo. Vamos acompanhar os desdobramentos e agir conforme a situação exigir", explicou.
As políticas protecionistas de Trump, caso confirmadas, podem impactar diretamente setores da economia brasileira, especialmente aqueles que dependem de exportações para os Estados Unidos. No entanto, Haddad reforçou que o Brasil está focado em preservar suas relações comerciais com os principais parceiros, incluindo a China, e em fortalecer blocos como o Mercosul.
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