Imagens de Bebianno publicadas por Marinho e Janones assombram bolsonaristas na reta final
Publicações acuam Bolsonaro na reta final com ameaça de divulgação de possível conteúdo comprometedor; leia repercussão
Paulo Motoryn, Brasil de Fato - O empresário Paulo Marinho, que foi um dos principais apoiadores da campanha de Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e depois se tornou desafeto do presidente, publicou no Twitter, nesta sexta-feira (28), uma mensagem enigmática com um vídeo com um depoimento de Gustavo Bebianno, ex-presidente nacional do PSL durante as eleições de 2018, que morreu vítima de um infarto em 2020.
No tuíte, escreveu apenas "A noite promete", juntamente com o versículo bíblico que Bolsonaro costuma repetir: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". A publicação faz referência à noite de realização do último debate entre presidenciáveis, realizado pela Rede Globo a partir das 21h30 desta sexta (28).
No vídeo, Bebianno, que morreu de infarto em março de 2020, conta uma conversa que teve com Bolsonaro. "Ele virou pra mim e falou assim: Gustavo, você está isso aqui (fez com dois dedos o gesto de pouca distância) pra se tornar o próximo ministro da Justiça", diz, na gravação.
"Botei as mãos assim, uma mão em cada joelho dele aqui, e disse assim: capitão, só tem uma coisa que eu lhe peço, eu não faço questão de nada, nunca lhe pedi nada, mas tem uma coisa que eu quero lhe dizer, a única coisa que eu não estou preparado: é ser deixado pelo caminho. Ele deu a palavra de honra dele de que isso não aconteceria, que ele jamais deixaria um 'soldado' pelo caminho", relata Bebbiano.
"Aviso" foi feito por André Janones
No início da semana, o deputado federal André Janones (Avante-MG), de quem Marinho é próximo, já havia ventilado a hipótese de testemunhos de Bebbiano serem revelados na reta final da campanha presidencial.
Janones chegou a publicar no Twitter, na noite de terça-feira (25), uma série de fotos que afirma terem sido retiradas do celular de Gustavo Bebianno. Nas legendas, fez provocações em tons de ameaça a Bolsonaro, a seu filho Carlos Bolsonaro e à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Bebianno foi uma das figuras mais próximas a Bolsonaro ao longo da campanha, sendo um de seus principais conselheiros, e depois atuando como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Ele foi um dos primeiros a romper com Bolsonaro.
Antes de morrer, em março de 2020, Bebianno disse ter guardado material, "inclusive fora do Brasil", para ser usado caso algo acontecesse com ele. O material estaria arquivado no celular do ex-ministro, com conteúdos relacionados ao presidente Bolsonaro.
De acordo com informações oficiais da época, o ex-ministro estava em seu sítio em Teresópolis. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu. A queda de Bebianno começou após denúncias de que uma candidata do PSL à Câmara dos Deputados havia sido usada como laranja nas eleições de 2018.
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