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      Lula defende construção de moradias como política de Estado: “É investimento, não gasto”

      Programa Minha Casa, Minha Vida precisa “dar salto de qualidade”, afirma presidente em evento do setor

      Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de abertura da 29ª Feira Internacional da Construção Civil e Arquitetura (FEICON) e da 100ª Edição do Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC). (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
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      247 - Durante a abertura do 100º Encontro Internacional da Indústria da Construção (Enic), realizado nesta terça-feira (8) em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a importância estratégica da construção de moradias populares no Brasil. O evento, promovido dentro da feira Feicon, uma das maiores do setor, reúne representantes da cadeia produtiva da construção e tem como temas centrais a sustentabilidade, a inovação e o uso de novas tecnologias.

      O presidente discursou ao lado de ministros como Rui Costa (Casa Civil), Jader Filho (Cidades), Luiz Marinho (Trabalho), Márcio França (Empreendedorismo), além do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e do advogado-geral da União, Jorge Messias.

      Déficit habitacional exige resposta urgente

      Em seu pronunciamento, Lula destacou que seu governo “foi o que mais construiu casas” no país, somando quase 8 milhões de unidades desde a criação do programa Minha Casa, Minha Vida. Apesar do número expressivo, o presidente alertou para o desafio atual: “ainda temos um déficit de sete milhões. Isso significa que precisamos fazer muito mais e dar um salto de qualidade naquilo que nós fizemos”.

      Lula também refutou a visão de que políticas habitacionais seriam meros gastos públicos: “Ninguém pode dizer que investir na construção de casas para o povo é gasto. É investimento. Não só está construindo ativos produtivos para a sociedade e o país, mas está garantindo um ninho para quem precisa”.

      Ao defender novas estratégias, o presidente afirmou: “Se a quantidade de casas que nós estamos fazendo ainda não dá conta de vencer o déficit habitacional, é preciso que a gente seja criativo. Ainda tem muita palafita neste país”.

      Construção civil como motor da economia

      O Enic ocorre dentro da Feicon e atrai mais de mil marcas expositoras e visitantes de 70 países. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o setor movimentou R$ 604,5 bilhões em 2023, representando 6,4% do PIB nacional e empregando mais de 12,4 milhões de pessoas, direta e indiretamente.

      Para o ministro das Cidades, Jader Filho, “falar de habitação e financiamento é falar de futuro”. Segundo ele, é preciso garantir um financiamento “estruturado, previsível, acessível e sustentável” para superar o déficit habitacional — um dos maiores desafios enfrentados por países em desenvolvimento.

      O ministro destacou que o governo Lula vem promovendo a industrialização da construção civil para reduzir custos, prazos de entrega e ampliar a sustentabilidade ambiental. “Queremos que o setor contribua com maior eficiência energética, promoção da descarbonização e aumento da capacidade produtiva, para que seja possível ampliar o Minha Casa, Minha Vida”, afirmou.

      Obras retomadas e foco social

      Rui Costa, ministro da Casa Civil, reforçou que o atual governo tem se dedicado a retomar obras abandonadas em áreas essenciais. “Mais de 4.500 obras de infraestrutura de saúde pública estavam paralisadas: hospitais, clínicas, postos de saúde, CAPS. Mais 3.500 escolas, creches, escolas de ensino fundamental, escolas de ensino integral e obras de universidades paralisadas. Eram mais de 87 unidades do Minha Casa, Minha Vida paralisadas. Os programas foram todos desmontados e tivemos, em dois anos, com muito esforço e trabalho, voltar a planejar este país”.

      Fernando Haddad, ministro da Fazenda, também exaltou a relevância estratégica do setor. “É uma área sem concorrência externa, que produz quase tudo aqui, que dialoga com o anseio das famílias, sobretudo as mães brasileiras. É uma área que dialoga, ainda, com o contingente de trabalhadores que podem dar apoio à indústria, a partir das suas habilidades”.

      Caixa prioriza habitação popular

      O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, lembrou a orientação que recebeu de Lula ao assumir o comando do banco: “Ele me disse: cuida da governança da Caixa e pense nos mais necessitados. Isso foi o que ele determinou”. Segundo Vieira, no primeiro trimestre de 2025, o setor da construção civil já respondeu pela produção de 187 mil unidades habitacionais, com repasse de R$ 53 bilhões pela instituição.

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