Lula diz que PT voltará à Presidência sem espírito vingativo com Forças Armadas, mas exigirá "espírito civilizatório"
O ex-presidente Lula disse ter ficado “ofendido” com o livro do general Villas Boas sobre o golpe, sua prisão e a eleições de 2018 e advertiu, em entrevista à TV 247 nesta quarta-feira: “Essa gente tem que saber que podemos voltar à Presidência. Vamos voltar sem espírito vingativo, mas vamos exigir um comportamento civilizatório”
247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou-se inconformado na entrevista à TV 247 na manhã desta quarta-feira (24) com o livro do general Villas Boas ["Villas Bôas: conversa com o comandante", Editora FGV, 2021] no qual o ex-comandante do Exército revela que as Forças Armadas participaram institucionalmente do golpe de 2016, de sua manutenção na prisão e do processo que levou Jair Bolsonaro à Presidência. “Fiquei muito ofendido [com o livro ]. Essa gente tem que saber que podemos voltar à Presidência. Vamos voltar sem espírito vingativo, mas vamos exigir um comportamento civilizatório no qual o presidente da República seja efetivamente tratado como chefe de Estado”, afirmou Lula.
Ele disse que se enganou com os militares: “Imaginei que o alto comando das Forças Armadas estivesse fora desse processo, mas não está”.
Lula afirmou que os militares têm um comportamento fascista, que nada tem de nacionalista: “É inexplicável o comportamento das Forças Armadas com o PT, com o meu julgamento e com o processo eleitoral. Foi um comportamento fascista, de alguém que não tem nada de nacionalista. Nunca, nem nos governos militares, as Forças Armadas foram tratadas com a decência e o respeito que os tratei. Então, é inexplicável”.
Assista à íntegra da entrevista de Lula:
Lula governou o Brasil por dois mandatos, entre 2003 e 2010, e deixou o cargo com 87% de aprovação popular – a maior já registrada na história do Brasil. Depois da descoberta do pré-sal, Lula se tornou alvo de um processo de "lawfare", que consiste no uso de instrumentos do Poder Judiciário para perseguição política ou econômica.
Em abril de 2018, por decisão do ex-juiz Sérgio Moro, Lula foi preso e permaneceu como preso político durante 580 dias. Também em 2018, ele foi impedido de disputar as eleições presidenciais, quando as pesquisas mostraram que ele venceria a disputa mesmo estando dentro da prisão.
Sem Lula na disputa, Jair Bolsonaro chegou ao poder e vem implantando um choque neoliberal que coloca a Petrobrás a serviço de seus acionistas privados, sobretudo internacionais. Isso explica por que os combustíveis e o gás de cozinha são tão caros no Brasil.
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