TV 247 logo
    HOME > Brasil

    Lula: "essa reunião simboliza a reconstrução do Brasil. A democracia não é um pacto de silêncio"

    Em evento nesta segunda-feira, o ex-presidente Lula recebeu o apoio de sete ex-candidatos à Presidência da República para derrotar Bolsonaro

    Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução/YouTube)

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    247 - O ex-presidente Lula (PT) recebeu, em evento nesta segunda-feira (19), o apoio de sete ex-candidatos à Presidência da República, além de Geraldo Alckmin (PSB), que é atualmente seu candidato a vice-presidente.

    Participaram da reunião Guilherme Boulos (Psol), Luciana Genro (Psol), Cristovam Buarque (Cidadania), Marina Silva (Rede), Fernando Haddad (PT), Henrique Meirelles (União Brasil) e João Vicente Goulart (PCdoB).

    Todos destacaram a necessidade de derrotar Jair Bolsonaro (PL) e superar o risco à democracia que ele representa.

    Lula afirmou que a união "simboliza a vontade que as pessoas têm de recuperar a democracia nesse país. Todo mundo sabe que a democracia não é um pacto de silêncio. A democracia é exatamente o contrário, é a sociedade se movimentando dia e noite na perspectiva de conquistar melhores condições de vida para o povo brasileiro, para mulheres, para homens, para gente que trabalha. Essa reunião aqui, essa fotografia, simboliza a reconstrução do Brasil".

    "O que vocês estão fazendo com o gesto de hoje, companheiros, é assumindo um compromisso, e não é um compromisso com o Lula. O que vocês estão fazendo é assumindo um compromisso de que esse país vai voltar a viver democraticamente. A sociedade vai participar das principais decisões desse país. As conferências nacionais vão voltar a acontecer no país. Não é o presidente da República e sua assessoria que determinam o que é bom para a sociedade. O que é bom para a sociedade ela tem que determinar e o governo tem que abrir espaço e criar canais de participação da sociedade", disse mais à frente.

    O petista ainda reafirmou que seu objetivo é vencer a eleição deste ano no primeiro turno. "Eu até agora só ganhei eleições no segundo turno, mas não é porque eu gosto de segundo turno, eu sempre tentei trabalhar para ganhar no primeiro, mas sempre havia alguém que não deixava eu ganhar. Então é o seguinte, eu outra vez estou trabalhando para ganhar no primeiro turno, cada gesto meu é na perspectiva de mostrar para a sociedade que eu quero ganhar. Obviamente que é uma eleição atípica, porque todos os candidatos, desde o atual presidente aos outros, estão em uma briga contra mim do que contra o próprio presidente. Eles não querem que eu ganhe no primeiro turno. Então tem duas brigas, de um lado para derrotar o Bolsonaro e para não deixar eu ganhar no primeiro turno. E eu quero ganhar, e por isso eu vou trabalhar".

    Lula falou ainda sobre meio ambiente, Educação e Cultura. Veja:

    Meio Ambiente

    "Os companheiros que cuidam de meio ambiente aqui, do clima, sabem que nós vamos ter que recuperar quase tudo que nós fizemos nesse país. Vamos ter que recuperar o Instituto Chico Mendes, o Ibama, o ICMBio, o Conama; ou seja, coisas que eram elementares para que a gente tornasse a sociedade brasileira uma sociedade preocupada com a questão do clima. Eles destruíram, simplesmente destruíram porque não acreditam nisso. Eles acreditam em outras coisas"

    Educação

    "É com muita alegria que eu vejo aqui companheiros, Cristovam ligado à Educação. Nós vamos ter que recuperar o que nós fizemos na Educação, e não foi pouca coisa o que nós fizemos nesse país e não foi pouca coisa o que eles destruíram, desde investimento a laboratórios, pesquisadores. É quase que uma política de terra arrasada, porque eles não acreditam na educação como instrumento importante para o país. E vamos ter que recuperar a Educação, e é importante afirmar que vai ter mais qualidade no Ensino Fundamental. Vocês viram o Ideb da semana passada, que é uma vergonha para esse país, a gente retroceder. Nós temos um compromisso que é quase uma revolução educacional, essa meninada que voltou para a escola mais despreparada do que quando começou a pandemia porque não foram cuidadas com carinho, com respeito por ninguém. Nós vamos ter que continuar fomentando as universidades brasileiras, criando novas universidades. Universidade não é coisa para poucos, é coisa para muitos. Eles costumam dizer que tem apenas uma pequena parcela que tem que entrar na universidade. Para nós, todos que quiserem entrar têm que ter oportunidade de entrar na universidade"

    "E isso significa dinheiro, mas esse dinheiro não pode ser considerado gasto, tem que ser considerado investimento. É uma disputa que a gente tem que fazer com aqueles que acreditam que tudo que você investe para o povo é gasto, e tudo que você coloca para o empresário é investimento. A Educação é o retorno mais extraordinário que a gente tem, e não é medido financeiramente, é medido na qualidade da sociedade que a gente está criando, na qualidade das coisas que a gente produz, na nossa relação internacional, na nossa competitividade". 

    Cultura

    "Vamos ter que recuperar a Cultura nesse país. A Lei Rouanet para esse governo é uma coisa que não tem nenhuma valia, é jogar dinheiro fora. Um ogro como o Bolsonaro efetivamente não gosta de cultura, porque a cultura é uma coisa que desperta o lado revolucionário do ser humano, o lado da conscientização política, e a gente vai voltar a cuidar da Cultura e fazer investimento. A Cultura tem que ser vista como indústria de produzir renda e gerar emprego nesse país. A gente não tem noção de quantos empregos pode gerar uma boa política cultural nesse país. É preciso que haja recurso mesmo para que as pessoas possam participar. Com a diversidade cultural do país, a gente vai ter que criar mecanismos para que o povo conheça a cultura do Brasil, não apenas do eixo Rio-São Paulo. O mundo cultural brasileiro é muito rico".

    Indígenas

    "A gente vai ter que assumir o compromisso com a questão indígena. Não é apenas demarcar terra e deixar eles lá morrendo de fome. Além de demarcar, a gente via ter que cuidar para que eles possam desenvolver do modo deles aquela região. É por isso que eu estou determinado a criar um ministério para os povos originários. Por que não ter um indígena ministro? Por que pegar todo o pessoal indígena que se formou em medicina e colocá-los para cuidar da saúde dos indígenas desse país? No Brasil se costuma dizer 'tem muito ministério'. Na verdade você tem um conjunto de ministérios que gastam muito pouco e têm um resultado político extraordinário na organização da sociedade. E as pessoas que criticavam os ministérios queriam na verdade que a gente criasse uma regulação paralela ao ministério, que eram as agências. Como são indicadas as agências? Quantas pessoas têm nas agências? Quanto ganham nas agências e quanto ganham nos ministérios? As agências possivelmente gastam mais que os ministérios. As agências foram criadas para que o empresariado tomasse conta do governo. É isso, porque a indicação passa pelo Senado e todo mundo que já indicou sabe como é difícil passar no Senado se não tiver interesses que não são os nossos".

    Corrupção

    "Até o debate sobre a corrupção. No nosso tempo, qualquer denúncia era investigada. Qual é a diferença para o Bolsonaro, que diz que não tem corrupção? Ele faz um decreto determinando sigilo de 100 anos. Ou seja, então não vai aparecer, porque a corrupção só aparece se for investigada. E esse sigilo é uma coisa que a gente vai ter que quebrar no primeiro dia, porque não é possível. O que tem para se esconder nesse país?".

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: