Lula rejeita manter presente da França e opta por devolver relógio
Presidente teme que decisão do TCU possa ser usada para absolver Bolsonaro no caso do roubo das joias
247 - O presidente Lula vai devolver o relógio Cartier que ganhou em 2005, quando a legislação era outra e permitia tal situação, afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, nesta quinta-feira (8).
Teixeira afirmou em suas redes sociais que o presidente Lula "não quer se confundir com a decisão do TCU que pode proteger o inelegível do crime que cometeu de apropriação indébita".
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (7) que presentes recebidos durante os mandatos de presidentes da República não podem ser considerados como bens públicos.
Com base na decisão, o tribunal rejeitou pedido feito por um parlamentar de oposição para obrigar o presidente Lula a devolver o relógio que recebeu de presente da Cartier, em 2005, durante visita de Estado à França em seu primeiro mandato, em razão da comemoração do Ano do Brasil na França.
O tribunal decidiu que não há caracterização precisa para enquadrar os presentes como bens de natureza personalíssima ou bem com elevado valor de mercado para determinar a devolução.
Nesse sentido, a cúpula da Polícia Federal (PF) avalia que a decisão do tribunal em relação ao relógio do presidente não altera a investigação sobre os supostos crimes de Jair Bolsonaro no caso do roubo das joias sauditas.
Mas o próprio presidente Lula ficou enfurecido com a decisão do TCU que determinou que ele pode permanecer com a joia, suspeitando que a decisão possa ser usada para absolver Bolsonaro.
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