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Macaé Evaristo diz que orçamento dos Direitos Humanos é um "problema" e fala em levar ações "com muito mais força para a rua"

Ministra ainda falou sobre como evitar casos de assédio, como os que levaram à demissão de Silvio Almeida, no governo

Macaé Evaristo (Foto: Elizabete Guimarães/Assembleia Legislativa de Minas Gerais)

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247 - Em sua primeira entrevista como ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo falou sobre os desafios que encontrará à frente da pasta, a redução do orçamento e a necessidade de avançar na proteção de grupos vulneráveis. Evaristo, que substitui Silvio Almeida, destacou que sua nomeação se deu por sua trajetória e não por ser uma mulher negra, e defendeu a criação de mecanismos para evitar que situações de assédio como a que envolveu seu antecessor se repitam.

Ao jornal O Globo, Macaé Evaristo classificou o orçamento do Ministério dos Direitos Humanos como um dos principais obstáculos de sua gestão. O orçamento sofreu uma queda significativa de 37% em 2024, e as previsões para 2025 continuam abaixo dos níveis de 2023. “Eu vejo, claro, isso como um problema”, afirmou. Ela destacou que precisará buscar parcerias e bater em muitas portas para garantir recursos suficientes para implementar as políticas previstas.

Uma de suas prioridades é fortalecer o programa "Ruas Visíveis", voltado para a população de rua, que, segundo ela, cresceu em uma proporção muito maior que a população geral. A ministra enfatizou a importância de levar as ações do ministério "com muito mais força para a rua" e reforçar o diagnóstico e a estrutura interna da equipe para dar conta dos desafios.

Evaristo também abordou as repercussões do caso de assédio envolvendo Silvio Almeida. Ela criticou a tendência de se generalizar comportamentos individuais como se fossem representativos de grupos inteiros, especialmente no contexto do racismo. “Quando a gente dá certo, é mérito, é individual. Mas se alguma coisa não funciona bem, o conjunto dos indivíduos é penalizado”, declarou.

Sobre a forma como o caso de Almeida foi tratado, Macaé disse não conhecer os procedimentos adotados, pois não estava no ministério na época, mas defendeu que as instituições precisam ter mecanismos claros e eficientes para lidar com denúncias de assédio moral e sexual sem expor as vítimas e acusados desnecessariamente.

A ministra defendeu a criação de políticas e portarias que deixem explícito quais os canais institucionais para denúncias e quais são as competências desses canais. Ela reforçou a necessidade de construir uma estratégia que proteja as vítimas e assegure a punição justa para os infratores.

Evaristo deixou claro que suas ações não serão apenas reativas, mas focadas na prevenção e fortalecimento da rede de proteção dos direitos humanos. Apesar das limitações orçamentárias, a ministra demonstra disposição para buscar recursos e reforçar a atuação do ministério nas ruas, de maneira incisiva e inovadora. 

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