Manifestos pró-democracia buscam criar clima de ampla unidade na luta pelo afastamento de Bolsonaro
Assinados por personalidades política e ideologicamente antagônicas, mas convergentes na luta contra Bolsonaro e em defesa da democracia, circulam documentos que podem recriar no Brasil o clima que caracterizou o amplo movimento das Diretas Já em 1984, decisivo para pôr fim à ditadura militar
247 - Nos últimos dias, passaram a circular nas redes sociais, nos jornais e meios de comunicação em geral manifestos em defesa da Constituição e da democracia, após os ataques de Jair Bolsonaro às instituições.
O jornalista Fábio Zanin, em reportagem na Folha de S.Paulo, traça um paralelo entre o ambiente pró-democracia atual e o clima do movimento pelas eleições diretas já, em 1984.
A principal característica comum entre os movimentos atuais e o das Diretas Já é a unidade na ação de adversários ideológicos contra um inimigo comum. Na época, a ditadura militar. Hoje, o governo autoritário de Jair Bolsonaro, que viola constantemente as regras democráticas e emite sinais de querer transformar-se o país em um novo tipo de ditadura, sob sua chefia.
Uma das iniciativas é o Movimento Estamos Juntos, lançado no sábado (30) e que resgata a cor amarela —símbolo do Diretas Já. No fim de semana, coletou assinaturas online ao ritmo de 8.000 por hora, e reunia mais de 150 mil até a noite deste domingo (31), assinala a reportagem.
“Como aconteceu no movimento Diretas Já, é hora de deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum”, afirma o texto.
No domingo (31), outro manifesto surgiu, voltado ao meio jurídico. Com o título de Basta!, reúne cerca de 720 profissionais do direito.
“O Brasil não pode continuar a ser agredido por alguém que, ungido democraticamente ao cargo de presidente da República, exerce o nobre mandato que lhe foi conferido para arruinar com os alicerces de nosso sistema democrático”, afirma.
Na semana passada surgiu um documento, também amplo, com centenas de assinaturas, firmado por personalidades como o antropólogo Luiz Eduardo Soares, Chico Buarque e Caetano Veloso, pedindo a unidade antifascista.
"É imperioso que cada um de nós adie seus legítimos projetos próprios e se abra, desarmado, para uma grande concertação de todas as forças antifascistas, as quais, vale enfatizar, não se esgotam nas esquerdas", diz o documento, que menciona uma "dupla catástrofe, a pandemia e Bolsonaro".
Também circulam manifestos de caráter setorial, em áreas como meio ambiente e relações exteriores.
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