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    Marçal usa live com Boulos como álibi para seus crimes

    A investigação apura se Marçal teria divulgado intencionalmente o documento falso para acusar o adversário de uso de drogas

    Pablo Marçal e Guilherme Boulos (Foto: Reprodução/X/@GuilhermeBoulos)

    247 - Em depoimento à Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (8), o candidato derrotado do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, utilizou uma live feita com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) como parte de sua defesa na investigação sobre o uso criminoso de um laudo médico falso. A investigação apura se Marçal teria divulgado intencionalmente o documento falso para acusar o adversário de uso de drogas. A informação é do jornal O Globo.

    Durante o depoimento, que durou aproximadamente três horas na superintendência da PF em São Paulo, Marçal tentou desvincular sua imagem de qualquer animosidade em relação a Boulos. Ele foi informado pela própria PF de que será indiciado pelo uso de documento falso – um crime cuja pena varia entre 2 e 6 anos de prisão e que, caso haja condenação, pode torná-lo inelegível. A decisão sobre a inelegibilidade caberá ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, e, se confirmada, poderá afastá-lo das disputas eleitorais por até oito anos após o cumprimento da pena.

    Marçal alegou que a relação com o adversário psolista é estritamente política, e que as trocas de provocações “fazem parte do jogo político”. Para reforçar essa afirmação, ele destacou a live realizada com Boulos na véspera do segundo turno, como evidência de que não há “animosidade” entre eles. “Não há animosidade com Boulos”, disse Marçal em seu depoimento, enfatizando que não houve intenção de difamar o candidato do PSOL.

    Outro ponto levantado por Marçal foi a alta demanda de conteúdo produzido pela sua campanha. Ele explicou que sua equipe fazia de 80 a 120 postagens diárias nas redes sociais e que cinco auxiliares trabalhavam exclusivamente na gestão desses conteúdos. Segundo Marçal, ele próprio não conseguia conferir a veracidade de todo o material compartilhado e, por isso, não teria conhecimento da falsidade do laudo divulgado.

    A postagem que motivou a investigação surgiu na véspera do primeiro turno das eleições municipais. Pessoas próximas à campanha de Marçal, em declarações reservadas à coluna, afirmaram que o uso do laudo falso foi um “tiro no pé” que comprometeu as chances do candidato de seguir na disputa.

    O laudo em questão, supostamente emitido por um médico e alegando um “surto psicótico” de Boulos, foi desmentido rapidamente. As filhas do médico apontado como autor do documento negaram a autenticidade do texto e ressaltaram que o RG de Boulos estava incorreto no laudo. Além disso, no dia mencionado, o deputado estava participando de uma ação social de distribuição de cestas básicas, o que invalidava as acusações.

    Essa estratégia controversa, que poderia ter sido usada para enfraquecer Boulos, acabou afetando a campanha de Marçal, resultando em um impacto negativo que se revelou irreversível. Agora, o caso seguirá tramitando na justiça eleitoral e poderá ter consequências duradouras para o futuro político de Marçal.

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